Profissionais do Cras de Fortaleza reclamam da falta de equipamentos de higienização

Baixa quantidade de álcool em gel e limpeza estão entre as reclamações; SDHDS afirma que não há denúncias formais e que todos os materiais estão sendo enviados regularmente

19:48 | Jul. 01, 2020

Por: Adriely Viana

Desde o retorno das atividades presenciais, os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) têm enfrentado dificuldades quanto a higienização e a disponibilidade de álcool em gel, luvas e máscaras, segundo profissionais do setor. Os Cras que estão retornando ao atendimento presencial e que , desde abril, atuam no local sem contato com usuários dos serviços não estão estariam recebendo limpeza adequada para receber os funcionários e os usuários, de acordo com servidor.

Em conversa com O POVO, um dos profissionais que atuam na rede de assistência comentou as dificuldades que vêm sendo enfrentadas. “É costume sempre faltar algum item para o serviço de limpeza, como água sanitária, desinfetante e até papel higiênico. Mas neste momento de pandemia, quando o cuidado com a saúde tem que ser mais crítico, ao retornarmos ao trabalho presencial, não fomos bem atendidos quando se trata de equipamentos de proteção”, comenta profissional que prefere não revelar sua identidade.
Cada Cras recebeu uma leva de equipamentos para os funcionários quando o retorno foi iniciado, mas não foi suficiente de acordo com o funcionário. “Cada servidor recebeu dois pares de máscaras de tecido, por exemplo. O que é insuficiente já que precisamos trocar a cada duas horas e trabalhamos cerca de seis horas por dia. O álcool em gel também está acabando. Ou destinamos aos servidores ou aos usuários, porque não temos noção de quando chegará mais”, relata.

Segundo a fonte, nos planos de retomada das atividades presenciais dos Cras da Capital, haveria a instalação de barreiras físicas de acrílico entre o usuário e o funcionário que está atendendo no cadastro único ou no atendimento técnico. Mas que, até o momento, não chegou nenhum suporte como o que havia sido informado. “O que chegou já acabou ou está próximo de acabar. É perigoso porque os profissionais entram em contato direto com a população seja na entrega de cestas básicas nas comunidades e escolas ou dos vale-gás. O vírus pode estar entre nós e nem temos controle de sintomas”.

O POVO entrou em contato com a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), responsável pelos Cras, sobre as reclamações recebidas. De acordo com a secretária executiva da pasta, Patrícia Studart, não houve qualquer reclamação formalizada à secretaria. “Todos os nossos profissionais, sejam eles concursados ou terceirizados, receberam EPIs. Seguimos entregando aos servidores álcool em gel individual e para o equipamento, além de viseiras de proteção facial que estão sendo entregues no decorrer desta semana”.

A secretária executiva reitera que todos os meses estão sendo entregues materiais de limpeza para os centros e que mais equipamentos de proteção podem ser solicitados à SDHDS. Além de higienização mensal dos equipamentos. “Nós temos um estoque desses materiais e estamos enviando a todos. Também indicamos aos gestores o distanciamento das cadeiras, a colocação de avisos para bloqueio dos espaços. A nossa preocupação é com a saúde dos nossos servidores, por isso, desde o início da semana passada, instauramos o preenchimento de formulários online sobre como foi suas últimas 24 horas e estamos solicitando esse retorno diariamente”, finaliza.