Conheça o caminho das águas da transposição do São Francisco até Fortaleza
Ainda é difícil definir quando as águas da transposição chegam a Fortaleza, mas O POVO mostra o caminho que elas farão no Estado
11:18 | Jul. 01, 2020
Após 13 anos, quatro presidentes e debate incessante por trás da política que envolve uma entrega desse porte, as águas do Projeto de Integração do São Francisco (PISF) chegaram ao Ceará na última sexta-feira, 26. Com o acionamento da comporta do Eixo Norte do projeto de transposição, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - e ausência de governadores, as águas, que já dão aporte ao reservatório Milagres, em Pernambuco, chegam a Jati, no Ceará, após passarem pelo Túnel Milagres, na divisa dos dois estados.
De acordo com a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) do Ceará, de Jati, a água corre por 53Km no Eixo emergencial do Cinturão das Águas (CAC). A chegada da água na Barragem de Jati estava prevista no cronograma do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Seguindo o protocolo de segurança, o processo de enchimento ocorre em três etapas. Dessa forma, a expectativa é de que as águas do São Francisco sejam liberadas para o CAC em 1º de agosto, aproximadamente.
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Do Cinturão, as águas seguem até Missão Velha, onde desembocarão no Riacho Seco e, por gravidade, seguirão até o Rio Salgado, desaguando no Rio Jaguaribe. "Entre o reservatório Jati e o açude Castanhão, esta água percorrerá cerca de 350km. Uma vez no açude Castanhão, a transferência para a Região Metropolitana de Fortaleza será efetuada pelo Eixão das Águas por um percurso de 200 km", explica o titular da SRH, Francisco Teixeira.
A chegada ao Castanhão, que ajuda no abastecimento da Grande Fortaleza, é o curso natural das águas. Mapa divulgado pela pasta mostra a trajetória das águas no Eixo Norte, bifurcando para o CAC no Km 00 do Lote 1, em Jati.
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"Assim é que a água, entregue na barragem de Jati, terá que percorrer 550 km até Fortaleza, podendo demorar de dois a três meses para alcançar o açude Pacoti, integrante do sistema hídrico metropolitano", continua o secretário. "As regiões hidrográficas do Salgado, Médio e Baixo Jaguaribe e Região Metropolitana de Fortaleza serão as primeiras a terem um incremento da garantia hídrica por conta da chegada das águas do São Francisco".
Ainda assim, é difícil dizer mesmo que aproximadamente quando as águas chegam a Fortaleza, já que não há fluxo de chuvas no segundo semestre. O processo deverá ser mais lento do que em cenário de estação chuvosa, quando há fluxo constante de água.