Apesar de Ceará superar crise hídrica, taxa de contingência de água é mantida em Fortaleza e RMF

O tributo permanece em vigor enquanto durar o Ato Declaratório, que se mantém desde 2015

Os três primeiros meses do ano registraram chuvas acima da média no Ceará, abastecendo açudes que fornecem água para a Capital e municípios localizados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Mesmo com a boa quadra chuvosa, que fez com que Estado superasse crise hídrica, a taxa de contingência continua em vigor nessas regiões, conforme informações passadas pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), nesta terça-feira, 23.

A tarifa é cobrada de clientes que ultrapassam consumo, visando evitar o desabastecimento de água na Capital e na RMF. Em março deste ano, famílias de baixa renda ganharam três meses de isenção da tarifa devido à pandemia do novo coronavírus e chegaram a ter o benefício prorrogado por mais dois meses, na última semana. 

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De acordo com a Cagece, responsável pela tarifa, o tributo permanece em vigor enquanto durar o Ato Declaratório, publicado em 2015 pela Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) e que estabelece a situação crítica de escassez hídrica no Estado. Segundo Francisco Teixeira, secretário da SHR, o documento se mantém, funcionando como instrumento de monitoramento e base de orientação das ações que devem ser tomadas para evitar desabastecimento hídrico no Estado.

Momento de cautela

O representante da pasta afirma ainda que a quadra chuvosa garantiu que os açudes Pacajus, Pacoti, Gavião e Riachão, que fazem parte do sistema de abastecimento de Fortaleza e RMF, ocupassem 90% das suas reservas. No entanto, se o primeiro semestre de 2021 não apresentar uma boa quadra chuvosa, o fornecimento de água desses açudes para a Capital não irá durar até 2022.

Se esses reservatórios municipais apresentarem baixa, conforme possibilidade levantada por Teixeira, será necessário utilizar as águas do açude Castanhão, que também integra o sistema de abastecimento mais que se encontra, até o registrado nessa terça, com somente 1.081,38 hm³ dos 6,700.000 hm³ que suporta, equivalente a 16.1% da sua capacidade.

 “É preciso utilizar o menor possível de água desse reservatório (castanhão), devido a situação crítica e ao fato de que ele é utilizado para abastecimento em outras regiões”, afirma o secretário. 

Recargas dos açudes

Além do Castanhão, outros reservatórios tiveram recarga negativa neste ano. O açude Orós acumulou apenas 539,83 hm³, correspondente a 27,83% do volume que poderia alcançar (1940 hm³). Já o Banabuiú, entre os principais reservatórios, foi o que recebeu menor recarga, com 229,34 hm³, representando 14,32% da sua capacidade.

Já as regiões hidrográficas Litoral, Coreaú e Acaraú, localizadas na porção Norte e Noroeste do Estado, se encontram com, respectivamente, 98.8%, 98% e 91.1% da capacidade dos seus reservatórios atingida, apresentando a maior recarga registrada no Ceará. Há ainda a região da Serra da Ibiapaba, mais a Oeste do Estado, que chegou a 84.4% do seu volume total; e a região Metropolitana que atingiu 74,7%.

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