Ciclovia da Parangaba fica alagada mesmo sem chuvas
Parte dos ciclistas prefere se arriscar em meio aos carros ao invés de passar pela ciclovia
13:37 | Jun. 19, 2020
Atualizada às 20h12min
Autônomo de uma oficina mecânica, Yago Correia, 27, usa a ciclofaixa da avenida Germano Frank, em frente a um shopping na Parangaba, para chegar ao trabalho. “Infelizmente passo por ela. Digo isso porque venho para o trabalho de bicicleta e, mesmo quando não chove, tenho de trazer outra roupa pra não ficar encharcado. Se passo pela ciclovia, ela joga lama e eu fico todo molhado”, lamenta. Em vários espaços do local, que é exclusivo para bicicletas, os bueiros entupidos não dão conta da água e o caminho fica alagado. Assim, muitos ciclistas preferem se arriscar junto aos carros a correr risco de cair em meio à água retida na ciclofaixa.
Assim como o jovem, muitos trabalhadores de Fortaleza usam bicicletas para se deslocarem ao trabalho. No canto encharcado da ciclovia, o lixo se acumula. Nela, existem alguns bueiros, mas que não dão conta da água da chuva porque estão entupidos pelo lixo. “Desde que foi criada, essa ciclovia nunca foi boa. Não sei se falta conscientização da população ou da própria Prefeitura em cuidar, porque a pista de carros está sempre boa”, comenta.
Gerente de uma empresa, Sávio Augusto Gomes, 25, mora na Maraponga e usa a via somente para lazer e prática de esporte. “Quando chove, fica um caos desde o início da ciclovia, na entrada do shopping. É terrível passar por ela. Ela é mal feita e não tem a drenagem necessária”, diz. Ele prefere se arriscar em meio aos ônibus e aos carros ao invés de “dar de cara com um desnível inesperado”, segundo diz, porque, nas poças, ninguém enxerga o chão. "O piso está horrível. É por isso que vemos tantos ciclistas pela pista principal porque, como se não bastasse a água, a pista também é desnivelada e esburacada”, reclama.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP) afirmou que enviará uma equipe técnica ao local "para avaliar a situação". Conforme a pasta, recuperação da pavimentação e outras manutenção são constantemente realizadas.
"Paralelamente à expansão da malha cicloviária, é realizada constantemente a manutenção e a renovação de sinalização de ciclovias já existentes, bem como a recuperação da pavimentação dessas infraestruturas por meio da operação de recuperação de vias, além de estudo para manutenção de outros espaços", diz nota da SCSP. A secretaria frisa a extensão da malha cicloviária da Capital, que atualmente conta com 298,2 km de extensão.
Antes da pandemia do novo coronavírus, o prefeito Roberto Cláudio reuniu a imprensa para anunciar a requalificação e recuperação de todas as ciclovias e ciclofaixas de Fortaleza, incluindo as que foram construídas em gestões municipais anteriores.