Quatro agentes de segurança são vítimas de latrocínio em 52 dias
Todos os crimes aconteceram em Fortaleza. Três policiais militares e uma agente penitenciária foram mortos no período de 52 dias
19:36 | Jun. 12, 2020
Quatro agentes de segurança foram vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) em um período de 52 dias. Além disso, houve o registro de execução de um ex-policial militar. As mortes aconteceram no período de 21 de abril a 12 de junho.
No dia 21 de abril, o primeiro crime vitimou o sargento Carlos Alberto de Figueiredo Junior, da Polícia Militar do Ceará (PMCE). O agente de segurança estava na avenida 13 de Maio quando foi abordado por assaltantes. Houve uma troca de tiros e ele foi atingido na cabeça. O policial chegou ser levado ao Instituto Doutor José Frota (IJF), mas não resistiu aos ferimentos.
No dia 22 de maio, a policial penal Ana Paula Vieira Oliveira foi morta durante um assalto na BR-116, em Itaitinga. O veículo da agente apresentou problemas e ela teve de chamar um reboque. Enquanto aguardava, os criminosos se aproximaram para roubá-la. A vítima foi atingida por um tiro durante a ação criminosa e não resistiu aos ferimentos.
No dia 6 de junho o subtenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Francisco Augusto da Silva, de 46 anos, foi morto vítima de latrocínio no bairro Vila Manuel Sátiro, em Fortaleza. Era manhã de sábado quando o policial saiu de casa para trabalhar e foi surpreendido por um criminoso. O PM chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
No dia 9 de junho o ex-PM condenado pelo "caso iraniano" foi morto a tiros em Fortaleza. Jean Charles da Silva Libório era sargento da PMCE quando foi acusado de comandar assassinatos a mando do iraniano Farhad Marzivi.
Nesta sexta-feira, 12, Daniel Campos Menezes, soldado da Polícia Militar do Ceará pronunciado por participação no caso Curió, foi morto a tiros. Conforme a Polícia Militar, o agente de segurança foi morto vítima de latrocínio.
Homenagens e protestos
Nesta sexta, agentes de segurança tornaram a utilizar as redes sociais para fazer homenagens póstumas aos colegas agentes de segurança. Hoje, a imagem de luto voltou aos perfis do Instagram de policiais. No dia 6 de junho, centenas de policiais prestaram homenagens ao subtenente Augusto. A maioria, além do momento de luto, protestou como um pedido de socorro diante da situação de ver os colegas mortos vítimas da violência no Ceará.
Outro caso
No dia 4 de junho, a casa de um policial militar foi invadida no bairro Presidente Vargas, em Fortaleza. Foram roubadas as armas do policial militar, além de aparelhos eletrônicos e dinheiro. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Agentes da segurança vítimas nas estatísticas de violência em 2018
No ano de 2018, a violência desenfreada das facções atingia os agentes de segurança. Em maio, um major da PMCE abandonou a residência, nas proximidades de uma comunidade do Bom Jardim, depois que o muro do condomínio onde ele morava foi pichado com um desenho de palhaço que, para a Polícia e facções criminosas, simboliza a morte de policiais.
No mesmo ano, um policial civil precisou se mudar sob escolta depois de reagir a uma tentativa de assalto no bairro Canidezinho. Na época, criminosos estariam registrando imagens na frente da residência dele, o que motivou a mudança. Os agentes acabaram se tornando estatística que apontava um número de mais de 500 pessoas expulsas das casas entre 2017 e 2018.
Ameaças para metralhar policiais em 2017
No ano de 2017, detentos de uma unidade prisional da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) estavam fazendo ameaças aos policiais do 12º BPM, em Caucaia. Os homens foram presos no Parque Leblon no mês de janeiro e, dentro do presídio, a ordem era para metralhar os policiais que entrassem na comunidade. Além disso, pequenos comerciantes foram avisados que não deveriam vender para policiais na área. Na época, um padeiro foi morto depois de ter servido café para os agentes de segurança.