Celebração ecumênica lembra morte de Dandara  

"A iniciativa do ato ecumênico é nesse sentido de não esquecer, de não deixar apagar. Reavivar e discutir como podemos promover lugares de acolhida para os LGBTs", explica Tibério

19:29 | Fev. 15, 2020

Por: Jéssika Sisnando
O ato aconteceu neste sábado, 15 (foto: Bárbara Moira/ O POVO )

"Não deixar esquecer, não deixar apagar", esse foi o comentário de Tibério Azevedo, um dos representantes do movimento Diversidade Católica Fortaleza, durante o ato que relembra os tês anos da morte cruel da travesti Dandara dos Santos, que foi espancada e morta no bairro Bom Jardim, em Fortaleza.  Entidades se reuniram na sede da Igreja Filhos da Luz, no bairro Benfica, em Fortaleza.

"A iniciativa do ato ecumênico é nesse sentido de não esquecer, de não deixar apagar. Reavivar e discutir como podemos promover lugares de acolhida para os LGBTs", explica Tibério.

A Coordenadora da Associação Mães pela Diversidade, Eveline Regis, relembra que há poucos dias uma travesti foi morta em Missão Velha. O corpo dela foi encontrado nesta sexta-feira, 14, e estava preso amarrado a correntes. Na última quarta-feira, 12, uma trans cearense foi morta em São Paulo. Ela ressalta que são aproximadamente 11 LGBTs mortos no Ceará, neste ano, e que há necessidade de cobrar políticas públicas.

Eveline afirma que existem mais de 70 mães na associação e, entre elas, mães que perderam as filhas travestis para violência. Uma delas é mãe de Larissa Rodrigues, morta no dia 4 de maio, em São Paulo. Larissa foi assassinada a pauladas. O corpo dela foi encaminhado a Fortaleza e sepultado na Região Metropolitana. "Imagine como estão as mães das travestis. Quem é mãe sabe", ressalta.

Há três anos, Dandara dos Santos era torturada e morta em rua de Fortaleza. A morte foi filmada e divulgada em redes sociais. A travesti foi espancada por pelo menos 10 pessoas, entre adolescentes e adultos. Após sofrer violência física e psicológica ela foi colocada, pelos agressores, em um carrinho de mão, e levada para outro lugar, onde foi morta a tiros. Este sábado, 15, também representa o Dia Municipal de Enfrentamento à Transfobia.

Com informações de João Gabriel