Pesquisa aponta má qualidade de sono nos profissionais de Saúde em Fortaleza
Estudo da Fiocruz relaciona a violência no território com a qualidade do sono nos profissionaisA Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará divulgou uma pesquisa que revela a má qualidade de sono dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) da Capital. O levantamento levou em consideração a violência no território e mostrou que médicos, enfermeiros, dentistas e demais profissionais da área não dormem adequadamente, apresentando dificuldades e distúrbios no sono.
A pesquisa é resultado de uma dissertação de mestrado em saúde da família, feita pela mestranda Fabrícia Bezerra e oferecida pela Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (Renasf), instituição ligada à Fiocruz. Foram entrevistados 286 profissionais durante o levantamento, em 71 unidades de atenção primária de Fortaleza. A coleta foi feita por meio de um questionário que continha, entre outros, variáveis sociodemográficas.
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Entre os participantes, 65,7% foram considerados como mau dormidor. Os enfermeiros são os que apresentam uma maior prevalência de má qualidade do sono, uma vez que 73% deles têm dificuldades na hora de dormir ou apresentam distúrbios. Em seguida vêm os médicos com 63% e dentistas com 56,8%. Cerca de 60,8% da amostra considera ainda o território de atuação na ESF uma área muito violenta.
O levantamento mostrou ainda que 82,2%, dos profissionais demonstram um sentimento de medo, ansiedade ou estresse devido à violência no território, e 89,1% da amostra afirmou ter o desenvolvimento de suas atividades profissionais prejudicado por isso. Entre os profissionais da ESF que mais afirmaram serem vítimas de violência dentro do serviço, 50% eram enfermeiros, 36,3% eram médicos e 32,4% eram dentistas.
Apesar da relação, a pesquisa não encontrou dados estatísticos substanciais que relacionam diretamente a violência no território com a qualidade do sono dos profissionais. Dentre os profissionais de saúde mau dormidores também foram observados distúrbios do sono, uso de drogas para dormir e sonolência diurna.