Homem morre ao cair de cadeira suspensa em obra de prédio em Fortaleza
Jovem de 19 anos estava no 19º andar no momento do acidenteAtualizado às 12 horas
Um homem caiu da fachada de um prédio, na manhã desta quarta-feira, 18, e morreu. O edifício do Condomínio Laguna, localizado na esquina das ruas 8 de Setembro e República do Líbano, no bairro Varjota, estava em reforma. A vítima fazia reparos em uma cadeira suspensa, por volta das 9 horas. O operário Antônio Márcio Lima Pereira tinha 19 anos e morreu na hora.
A identidade da vítima foi confirmada pelo aditor-fiscal do trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Daniel Arêa Leão Barreto. Antônio Márcio estava no 19º andar quando tentava mudar do elevador para a cadeira suspensa e caiu. O cinto de segurança não teria aguentado o peso do jovem. Era o primeiro emprego dele.
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Assine"O trabalhador ia saindo da cobertura e a cadeira desabou junto com ele, ocasionando o acidente. E pelo que consta, vários erros ocasionaram o acidente", afirma o auditor-fiscal do trabalho. Dentre os motivos, ele cita a falta do uso de EPI. "A corda da cadeira desamarrou e não era para desamarrar. É preciso investigar se existia treinamento. É um alerta. A Construção Civil é um dos setores que mais tem acidente de trabalho".
A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) está no local. A equipe trabalha com suspeita de acidente de trabalho. O Corpo de Bombeiros não foi acionado para a ocorrência.
Outros acidentes
Na última semana, dois operários ficaram pendurados no 21º andar de um prédio na Aldeota. Foi o segundo caso semelhante em um mês.
O prédio de 21 andares passa por revitalização das fachadas, serviço realizado pela WE Engenharia. O POVO tentou contatar a empresa pelo telefone disponível na placa da obra. Até a publicação desta matéria, as ligações não foram atendidas.
O operário Sebastião Bento de Sousa, 67, está na Construção Civil há mais de 10 anos. Ele destaca que o trabalho é de risco. "O cara tem que saber operar uma balança dessa. O cinto de segurança, a trava-queda, tdo tem que ser qualidade. Se não, é um risco que tá correndo", diz.
Já o operário José Eudes Soares, 59, relata outra situação perigosa: "Já aconteceu com a gente em outro prédio aqui próximo que a balança que a gente tinha alugado destravou o trava-queda. Eu tive que amarrar com a minha própria corda, desmontar e montar novamente para poder descer".
Com informações da repórter Thays Maria Salles/Especial para O POVO
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