Campanha alerta para cuidados e prevenção ao câncer de pele
500 pessoas são atendidas em mutirão de prevenção ao câncer de pele. A ação faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, que alerta para os sinais da doença
19:01 | Dez. 07, 2019
O principal inimigo da pele não é apenas a exposição inadequada ao sol. A luz visível, também chamada luz azul, presente em aparelhos eletrônicos também pode causar câncer de pele. O Dezembro Laranja, Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, alerta para os sinais da doença, que tem 90% de chances de cura se descoberta precocemente. Quinhentas pessoas foram atendidas ao longo deste sábado, 7, na 20ª edição do Mutirão de Prevenção e Combate ao Câncer de Pele, realizado Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará/Ebserh.
Manchas ou lesões com mudança de cor, crescimento, borda irregular, assimetria, uma ferida que não cicatriza são algumas características do câncer de pele. São diagnosticados 180 mil casos novos da doença anualmente, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A professora da Faculdade de Medicina (Famed) da UFC, professora Maria Genúcia Matos, explica os principais métodos de fotoproteção. “A primeira coisa é evitar a exposição ao sol entre 9h e 15h, quando tem a maior incidência de radiação ultravioleta B. Usar óculos, boné, chapéu, viseira, roupa com filtro solar. O protetor solar é o mais importante. Você dispõe de inúmeros tipos no mercado”, ensina a dermatologista do Hospital Universitário.
Ela alerta para o uso do protetor solar mesmo em ambientes fechados, em períodos de chuva e até mesmo à noite, caso seja exposto à luz azul ou luz visível. “Hoje em dia, a luz dos computadores, dos smartphones, tablets, lâmpadas LED tem tanta influência no aparecimento do câncer de pele quanto a luz solar lá da praia”, explica.
Além de histórico familiar da doença, o perfil de pacientes com o câncer de pele é de pessoas com mais de 50 anos, pele clara, que moram em cidades ensolaradas e que não tiveram o hábito do filtro solar durante os primeiros 30 anos de vida, explica Genúcia.
A dermatologista afirma que, no geral, o tratamento da doença é cirúrgico e, se detectado precocemente, a cirurgia é simples, rápida e curativa. “Quando você passa a ter lesões que comprometem estruturas nobres como os olhos, a boca, o nariz, vai precisar de uma cirurgia mais qualificada. Quando há metástase ou sinal de metástase, o ideal é procurar um oncologista, porque ele vai poder tomar as decisões para cada caso. O melanoma maligno, o mais grave e raro, precisa de uma equipe multidisciplinar”. Há possibilidade ainda de a doença aparecer sem ferimentos, o que torna o diagnóstico mais difícil.
Por causa de sinais na pele, Aila Lima, 57, procurou atendimento no mutirão. “Tento há mais de um ano pelo Posto de Saúde e não consigo. Eu passo protetor solar todos os dias mas é muito caro. Hoje consegui ser atendida”, relata.
Em 2018, 400 pessoas foram atendidas no mutirão e 79 casos de câncer de pele foram diagnosticados, dos quais quatro de melanoma — o tipo mais grave. Este ano, a previsão era de 300 atendimentos, mas a quantidade foi ampliada para 500. Mesmo assim, Bernadete dos Santos, 56, conta que o esposo não conseguiu atendimento. “A família toda dele tem câncer de pele, vários irmãos. No posto de saúde não dá, é uma fila enorme”, relata a dona de casa. Aproximadamente 60 pessoas buscaram atendimento mas não conseguiram o serviço no mutirão.