Advogada negociava 40kg de cocaína antes de ser presa
Elisângela Maria Mororó estava foragida há um mês e foi detida na última quarta-feira, 13, na zona rural de Catarina
14:09 | Nov. 14, 2019
A operação que levou à prisão da advogada Elisângela Maria Mororó, 46, foi resultado de uma ação conjunta entre as Polícias Militar do Ceará (PMCE) e Civil do Ceará (PCCE), na localidade de Arara, zona rural de Catarina (CE). Com Elisângela, foram detidos também Antônio Gonçalves Neto, 45, conhecido por “Zói de Acopiara”, e Vicente Leite Sobreira, 31, apelidado de “Manim”. Na casa em que os acusados estavam, foram apreendidos quase meio quilo de cocaína, uma pistola .40 com a numeração raspada e dois veículos. Os homens são apontados pela Polícia como membros de uma facção paulista que atua no Estado, sendo Antônio considerado uma das lideranças mais influentes da organização no Ceará. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Secção Ceará) suspendeu o exercício da profissão da advogada por 12 meses.
Segundo Alisson Gomes, delegado adjunto da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), desde o dia 16 de setembro, Elisângela vinha sendo investigada pela Polícia. A suspeita de envolvimento com organização criminosa local surgiu quando a advogada tentava fazer chegar a dois detentos um bilhete no Centro de Detenção Provisória de Itaitinga, contendo um ousado plano de fuga. A confirmação do envolvimento da advogada veio na última semana com a prisão de Edgly Dutra Barbosa, conhecido por “Dudeca”, em Rondônia, enquanto tentava fugir para a Bolívia. Era com ele que a advogada negociava uma quantidade de 40 kg de cocaína, a R$ 15 mil.
O trio foi apreendido em flagrante e encaminhado à Delegacia Regional do Crato. Vicente Leite tinha três mandados de prisão preventiva em aberto e acumula extensa ficha criminal, incluindo oito homicídios, porte ilegal de arma de fogo, tráfico e associação ao tráfico, receptação e falsificação de documentos. Já Antônio Gonçalves tinha um mandado de prisão preventiva em aberto por tráfico e organização criminosa. Entre seus antecedentes, estão crimes como receptação, porte ilegal de arma de fogo e assaltos a banco e carros-fortes. Mais de 15 policiais participaram da operação.
O delegado Klever Farias, que integra a equipe de investigação da Draco, ressaltou que a partir das ações em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará (SAP), que têm suprimido a comunicação dentro dos presídios por meio de aparelhos celulares, as facções passaram a inovar nas estratégias de comunicação. “O que queremos frisar é que é uma pequena parcela de ditos advogados que se utilizam desta nobre função para praticar crimes. Não queremos atingir à classe, queremos extirpar da sociedade esses criminosos que utilizam a profissão desse modo”, finaliza.