Associação Peter Pan amplia o setor de saúde mental em hospital pediátrico
Desde setembro, o setor já realizou mais de 150 atendimentos psicológicos e de práticas de terapia complementares
10:32 | Nov. 09, 2019
O Núcleo de Saúde Mental do Centro Pediátrico do Câncer (CPC) foi expandido por meio da iniciativa da Associação Peter Pan em parceria com o Hospital Infantil Albert Sabin e Hospital Peter Pan. Com a ampliação, o setor passa a fornecer acompanhamento psicológico durante todas as fases do tratamento. As ações se destinam tanto para pacientes quanto para acompanhantes, sendo divididas em atividades individuais e em grupo, realizadas de segunda a sexta-feira. O objetivo das ações é facilitar a adaptação dos pacientes ao tratamento e prevenir a ocorrência de transtornos depressivos e ansiosos.
As ações do núcleo assumem como foco o tratamento personalizado, realizando consultas multidisciplinares e psicodiagnósticos em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor) e com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Segundo a coordenadora do setor, a psicóloga Mariana Soares, o objetivo principal é aumentar a adesão ao tratamento, pois em alguns casos a família “está tão abalada que desiste do tratamento”.
Ela também destacou a importância dos cuidados com a saúde mental dos acompanhantes, pois “eles absorvem grande parte do impacto do tratamento”. Ela comentou que muitas vezes os pais precisam “abrir mão de tudo” para se dedicar integralmente ao tratamento dos filhos e que isso gera “um impacto emocional “muito grande”, completou. A psicóloga também disse que há casos extremos com quadros de abandono parental e que por meio da atuação do núcleo espera-se minimizar essa realidade.
Mariana afirma que antes da ampliação do setor havia uma “carência de pessoal”, mas que agora o núcleo atua oferecendo “um acompanhamento contínuo, personalizado e com foco na prevenção, buscando evitar o surgimento de transtornos psicológicos. Ela destacou que um diferencial é a personalização e não “apenas um atendimento pontual em situação de crises”. Além disso, o núcleo tem investido na prática da medicina integrativa com o auxílio de terapias complementares.
PROJETO INTEGRARE
Um dos setores do Núcleo de Saúde Mental do CPC é uma iniciativa desenvolvida pela Associação Peter Pan que assume como base a medicina integrativa e terapias complementares. Por exemplo, a ioga, musicoterapia, palhaçoterapia e outras técnicas utilizadas como parte de um tratamento personalizado e multidisciplinar envolvendo as áreas de psicologia, nutrição, terapia ocupacional e palestras educativas.
Segundo a coordenadora do projeto, Gina Belém, a proposta é “olhar o paciente além da doença”. Ela destaca a importância das terapias complementares como um meio de fortalecer o bem-estar do paciente e de seus cuidadores no enfrentamento de qualquer doença, “são terapias que não tem contraindicação”, complementou. A médica reforça a necessidade da atenção com a saúde mental como uma parte indispensável no tratamento oncológico, “não dá pra separar a mente do corpo, somos um conjunto”, reforçou.
Inicialmente os atendimentos do Integrare estão sendo direcionados para os acompanhantes. Mas, de acordo com as coordenadoras, até o fim de 2020 todos os pacientes, e seus respectivos cuidadores, que derem entrada no setor oncológico do CPC, serão contemplados com a oferta de acompanhamento psicológico integral e de terapias complementares.