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Uma mãe na maratona do Enem

A jornalista Tânia Alves conta dos sentimentos de acompanhar o filho que faz Enem
14:25 | Nov. 03, 2019
Autor Tânia Alves
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Tânia Alves Coordenadora do Impresso no OPOVO
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Tipo Crônica

Acordei, neste domingo, lembrando de uma oração que minha primeira professora rezava antes do início das aulas. Foi com esta prece que me apeguei, ainda com o dia no escuro, para tentar acalmar um pouco meu coração nervoso com o início das provas do Enem. Este ano, meu filho único está concorrendo com outros milhares de jovens pelo Brasil em busca de uma vaga na universidade.

Para mim, a maratona do Enem, começou no início do ano, quando, na matrícula, indiquei que ele faria o terceiro ano do Ensino Médio. Com este ato, me dei conta que algo tinha mudado. Era o último ano no colégio. Meu filho havia crescido e eu nem percebi. Continuou quando ele vestiu, no primeiro dia de aula de 2019, a farda com a inscrição “Pré-universitário”. Veio, naquele dia, também uma ponta de orgulho, de tentar registrar o momento nas redes sociais. Ele não permitiu. Respeitei.

A maratona permaneceu durante o ano, em cada prova, no acompanhar da decisão pela escolha da futura profissão que ele pretende assumir pelo resto da vida (ou não); nas festas de despedidas do colégio; no apoio recebido no grupo de mães do whatsapp, na visita para conhecer antecipadamente o local da prova, no choro dele pelo estresse diante da insegurança do momento.

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A emoção veio maior quando meu filho, já dentro da sala da prova, acenou com a mão me mandando embora, num tchau que me pareceu confiante e ao mesmo tempo nervoso. Lembrei-me do primeiro dia de aula dele ainda bebê, entrando no maternal, meio assustado.

No meu pensamento, era o mesmo menino, era o mesmo filho, mas era outra pessoa; um jovem, escrevendo a história dele. Eu é que permaneci com o coração de mãe. Apertado, cheio de dúvidas, chorando aqui e ali. Querendo acompanhá-lo até onde puder. Deve ser assim na formatura, no primeiro emprego, no casamento, quando nascer o primeiro neto, e até mesmo no infinito, pois preocupação com filho é para sempre.

Tânia Alves é jornalista, editora e coordenadora da plataforma impressa do O POVO

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