Suspeito de matar mulher e filha não queria assumir bebê e já tinha histórico de violência
Robert da Silva Pereira chegou a ir na delegacia perguntar sobre o assassinato da filha, mas acabou confessando o crimeRobert da Silva Pereira, de 25 anos, foi preso nessa terça-feira, 29, como principal suspeito pela morte de Luana dos Anjos Sampaio, 22, e de sua filha de sete meses, Maria Luiza dos Anjos Sampaio. O homem confessou o crime durante interrogatório, dando detalhes de como matou as vítimas, como tentou se livrar de provas e como descartou os corpos. Robert afirmou que o motivo para os homicídios seria o fato de não querer assumir a paternidade do bebê e de não ter interesse em se envolver amorosamente com a mulher.
No dia de sua prisão, o suspeito foi até o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para saber sobre o andamento da investigação. Ele disse que queria saber quem teria matado sua filha. Robert foi acompanhado de seu pai, que estava visivelmente preocupado com o paradeiro da neta. No entanto, a apatia do jovem ao falar sobre o caso chamou atenção da delegada Mariana Diógenes.
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AssineDe acordo com a delegada, primeiramente, o homem apresentou a versão de que viu as vítimas na casa de seus pais, mas teria ido trabalhar e Luana teria voltado para a casa em que morava com a bebê. No entanto, um vídeo mostrava Robert no local do crime carregando o corpo da criança em um saco. Quando ela mencionou que a criança foi encontrada dentro de um saco, Robert questionou, demonstrando que sabia como tinha deixado o corpo na Lagoa, tendo retirado a sacola pouco tempo antes. Depois disso, ele confessou os assassinatos.
Em longas horas de depoimento, o homem contou como cometeu os homicídios. Segundo ele, seus pais tinham viajado no sábado, 26, o deixando sozinho com Luana e Maria Luiza na casa em que morava. Quando chegou do trabalho, encontrou a criança dormindo em sua cama, enquanto Luana o esperava no outro cômodo. A mulher queria fazer sexo, mas ele negou. Após ela questionar a sexualidade de Robert, o homem a empurrou contra um armário. Com Luana caída no chão, ele atingiu sua cabeça com pauladas.
Robert se preocupou em limpar a cena do crime com o intuito de não deixar pistas da autoria do homicídio. Depois disso, ele lembrou que a bebê ainda dormia no quarto. “Ele disse que até pensou em ficar com a criança, mas pensou que assim perguntariam sobre a mãe”, relata Mariana Diógenes. O suspeito confessou que asfixiou a filha e depois buscou um local que conhecia bem - a Lagoa dos Soldados - para deixar o bebê (o corpo da mulher foi deixado numa cacimba). Mesmo com a asfixia, o laudo pericial mostra que a menina morreu afogada. Com o objetivo de dificultar o trabalho da polícia, ele retirou as roupas das vítimas e as jogou em locais separados.
A delegada explica que Robert nunca quis a filha. Sua relação com Luana deveria ser passageira, mas a jovem engravidou. Quando deu à luz, Luana procurou a família de Robert para pedir que o homem assumisse a paternidade de Maria Luiza. Enquanto sua família acolhia a mulher e a sua filha, dando ajuda financeira e convivendo com a criança, ele continuou com a postura de desprezar as duas, segundo Mariana. A família de Robert relatou à delegada que ele já tinha praticado violência doméstica com outras duas namoradas, mas nenhuma chegou a prestar queixas formais.
O carro utilizado por Robert para transportar o corpo, o saco em que colocou o corpo da mulher e o objeto que usou para matá-la serão enviados para a perícia. Ele também entregou o celular quando foi preso. Apesar de ter apagado muitas informações, Mariana disse que foi possível perceber que ele estava procurando comprar passagens de avião, o que ainda será investigado. Robert segue preso e foi autuado por homicídio qualificado e feminicídio.