Marido narrou crime "com muita tranquilidade" ao confessar morte de modelo, diz delegada
O marido, Francisco Hélio Batista Araújo, e um amigo dele que ajudou na ocultação do cadáver foram presos suspeitos de envolvimento na morte de Maria Luciene da Silva MonteiroA modelo Maria Luciene da Silva Monteiro, de 38 anos, foi vítima de feminicídio. Conforme investigação da Polícia Civil, ela vivia um relacionamento abusivo. O então companheiro, Francisco Hélio Batista Araújo, 47 anos, era “ciumento, possessivo e cerceava sua liberdade”, conforme a delegada responsável pelo caso, Arlete Silveira, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O corpo de Luciene foi encontrado sábado, 19, nas proximidades da CE-040, em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza. No mesmo dia, Francisco Hélio e um amigo dele, Antônio Vanderlei Ferreira, foram presos. Luciene estava desaparecida desde terça-feira, 15.
“O caso chegou como desaparecimento. Só que todo desaparecimento vem cercado de uma vulnerabilidade. Era um caso de alto risco por conta do contexto de violência doméstica e familiar apresentada pela Maria Luciene”, relata Arlete.
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AssineFrancisco Hélio já tinha passagem na Polícia por conta de violência doméstica cometida contra outra ex-companheira, no Rio Grande do Norte. Foi para lá, inclusive, que ele fugiu após o crime. A Polícia chegou até Hélio após averiguação de imagens da câmera de segurança do prédio onde ele e a modelo moravam, no bairro Serrinha, em Fortaleza. “Ele é flagrado saindo com ela. Situação muito estranha porque ela estava com roupa de dormir, segurando uma bolsa, ele atrás dela”, diz a delegada.
A versão de Hélio é que os dois estavam indo, durante a madrugada de segunda, 14, para terça, a um bar.
Mas ele acabou confessando todo o crime para a Polícia. E narrou os fatos "com muita tranquilidade", o que surpreendeu a delegada. Hélio matou Luciene utilizando o cinto de segurança do próprio veículo. Após o crime, pediu ajuda a um amigo, Antônio Vanderlei Ferreira, que escondeu o corpo da mulher.
“Ele saiu em um carro e a partir daí houve um monitoramento. Ele sai do Estado, mas chega até aqui uma denúncia anônima de que ele estaria no Rio Grande do Norte”. Ainda conforme a delegada, Luciene já estava querendo a separação, mas Hélio se recusava a aceitar o fim do relacionamento. Uma das provas do crime é áudio gravado pela vítima onde ela deixava explícito o desejo do término.
Após investigações da inteligência do Departamento de Homicídios.
Após o desaparecimento de Luciene, colegas de trabalho e a família sentiram a falta dela e começaram a estranhar. A denúncia ajudou o DHPP com as investigações. “Ele apontou o local do corpo e falou com muita tranquilidade. Isso foi uma coisa que assustou também. Ele apenas chora no momento em que fala da filha”, conta Arlete.
A filha de 12 anos de Hélio e Luciene será cuidada pela família paterna.
Ele responderá por feminicídio e ocultação de cadáver. O cúmplice, Antônio, responderá por ocultação de cadáver. O corpo de Maria Luciene foi achado no sábado, 19, e o enterro aconteceu no último domingo, 20.
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