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Secretário defende engorda de orla na Beira Mar: "Estamos jogando areia em cima de areia"

Segundo Ferruccio Feitosa, secretário da Regional II, estudos comprovam que não há "absolutamente nada" além de areia na região do mar que está sendo aterrada
16:22 | Out. 02, 2019
Autor O POVO
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Tipo Notícia

Com o desenrolar das obras de requalificação da Beira Mar de Fortaleza, caminha também a engorda do aterro da Praia de Iracema. Conforme o projeto, o novo aterro deve avançar 80 metros dentro do mar, disponibilizando uma extensão total de 1,2 quilômetro. O tema tem sido centro de discussão de protetores ambientais. Mas o titular da Secretaria Regional II, Ferruccio Feitosa, garante que a engorda não gera problemas para a natureza.

Em entrevista para a rádio O POVO CBN na manhã desta quarta-feira, 2, Ferruccio reforçou a importância da obra para a reurbanização da área e os estudos que foram realizados antes do início das intervenções - acompanhados pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo o secretário, os estudos foram submetidos a uma perícia do MPF, que analisou tudo e entendeu que não haveria nenhum impedimento, mesmo depois de solicitar estudos complementares. "Então nós iniciamos a obra com a anuência do MPF, exatamente por estar acompanhando há mais de sete anos todo esse processo. Ele tem lá inúmeros estudos, inúmeros documentos que nós apresentamos", explicou.

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Além de estar de acordo com os princípios legais, os executores da obra estariam se preocupando também com a solicitação de institutos de preservação ambiental. "Estamos trabalhando com a Universidade Federal do Ceará (UFC), com o Instituto de Ciências do Mar (Labomar), com a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e com o Instituto Aquarius, onde nós estamos fazendo estudos acessórios que só podem ser feitos na execução da obra, exatamente para contemplar todos aqueles que defendem o meio ambiente".

Ferruccio também explicou que alguns estudos foram concebidos pela Uece, com o professor Fábio Perdigão a frente. "É o que o professor tem sempre dito: na hora que a gente ver aqui a maré baixa, nós já temos em torno de 50 a 60 metros de área de praia, e o que nós estamos fazendo aqui é uma engorda da faixa de praia para trazer benefícios para a Cidade", garantiu. E frisou: "Não tem corais, já foi comprovado aqui, não tem nada, absolutamente nada, a não ser areia. E nós estamos jogando areia em cima de areia para trazer benefícios para a cidade de Fortaleza", concluiu.

Protestos

No último domingo, 29 de setembro, um grupo de manifestantes se reuniu no local das obras para protestar contra a intervenção. Ativistas do Instituto Verde Luz, do movimento "Aterrar pra quê?" e do Greenpeace Fortaleza classificaram as obras como "um verdadeiro atentato contra a vida marinha de Fortaleza".

"Cercada por controvérsias em relação ao impacto ambiental provocado, a intervenção teve parecer técnico favorável por parte do Ministério Público Federal (MPF) no Ceará, na última terça-feira, 24. Contudo, não foi feito um levantamento de dados primários para saber quais são os animais que vivem no local e do que se alimentam. Recifes de corais, golfinhos, tartarugas-marinhas e muitos outros animais estão correndo risco", reclamam os manifestantes em postagem no Instagram.

O grupo organiza uma abaixo-assinado contra a obra.

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