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Máquinas começam obras de extensão da faixa de areia para o novo Aterro da Praia de Iracema

Aumento da faixa de areia deve ser de 80 metros mar adentro em extensão de 1,2 mil metros. Obras estavam embargadas, mas já foram liberadas

A extensão da faixa de areia para o novo Aterro da Praia de Iracema começou nessa quinta-feira, 26. O início da obra, que visa aterrar 80 metros mar adentro, estava embargado pelo Ministério Público Federal (MPF). O POVO Online esteve no local na tarde desta sexta-feira, 27, e coletou opiniões divergentes quanto à realização da intervenção, promovida pela Prefeitura Municipal.

Para a obra, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) assinou ordem de serviço ainda em abril. Desde então, inúmeros grupos se levantaram contra a realização da obras, chegando, inclusive, a pedir sua suspensão. O MPF, no entanto, arquivou nessa terça-feira, 24, as solicitações, permitindo o início do aterramento.

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Bloqueada por tapumes, a região do entorno do espigão da avenida Rui Barbosa dispõe de máquinas trabalhando desde essa quinta. O movimento dos equipamentos tem chamado a atenção dos transeuntes, que apresentaram opiniões divergentes sobre a ação.

Obras estavam embargadas, mas já foram liberadas
Obras estavam embargadas, mas já foram liberadas (Foto: Aurélio Alves / O POVO)

O músico Yago Fernandes disse acreditar que a ampliação daquele espaço pode ser “um gasto desnecessário, já que a Cidade apresenta outras necessidades. Por outro lado, a dentista Ana Cecília considera a intervenção “importante” para aumentar as possibilidades de ações na região.

“Tem que aterrar? Tem. Mas sabendo que isso vai causar uma reação em algum outro canto. A natureza é assim, você mexe em um lugar, mas em algum momento ela vai responder. Se aumentar o aterramento aqui, essa água deve ir para algum canto”, ponderou.

Críticos da obra apontam para um suposto aumento da erosão em praias ao oeste da capital cearense. Ao O POVO Online em abril, o responsável pela elaboração do parecer técnico utilizado pela Prefeitura de Fortaleza para a obra, Fábio Perdigão Vasconcelos, essa alegação seria “lenda urbana”. Clique aqui e confira entrevista em que o especialista explica os critérios técnicos para o Novo Aterro.

“Estão enterrando a natureza”

O aumento do aterramento, para o vendedor ambulante Robério Alves de Araújo “é um ataque” direto ao meio ambiente. “Não sei de onde estão achando tanta mordomia para mexer dentro do mar, onde estão enterrando a natureza”, apontou. Mesmo sem ser técnico da área, ele indica outra modificação na orla que poderá ser prejudicial à Cidade: a retirada das pedras que impediam o avanço da água sobre a pista.

“Daqui a uns dias você vai ver que isso vai dar muito problema. Com as pedras já dava, pois as ondas vinham bater na pista. Agora imagina sem elas. Todos os anos têm ressaca do mar, todo cearense sabe disso. Sem essas pedras, as ondas vão destruir esses prédios todos”, previu.

Arquivamento de inquérito civil

Procurado por movimentos de proteção ambiental, o MPF havia instaurado inquérito civil para apurar possíveis interferências das obras do Novo Aterro na orla de Caucaia. Após meses de discussão, a ação teve seu arquivamento realizado na terça-feira, pelo procurador da República, Alessander Wilckson Cabral Sales.

 

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