Caso Jamile: Polícia Civil já ouviu mais de 30 pessoas nas investigações

Inicialmente, companheiro da mulher disse que ela cometeu suicídio. Contudo, a investigação investiga também a possibilidade de ter sido feminicídio

13:51 | Set. 20, 2019

Mais de 30 pessoas já foram ouvidas pelos investigadores do caso Jamile de Oliveira Correia, 47. A empresária morreu no último dia 31 após chegar baleada ao Instituto Doutor José Frota (IJF) dois dias antes. Inicialmente, a versão informada pelo companheiro da mulher era de suicídio. Contudo, as investigações seguiram outra linha e cogitam também a possibilidade de feminicídio. 

>> Médicos e familiar prestam depoimento 18 dias após morte de empresária

Na última quarta-feira, 18, o juízo da 4ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza negou, em conformidade com o parecer do Ministério Púbico do Ceará, pedido de prisão temporária do namorado de Jamile. A Justiça alegou que a requisição não preenche as hipóteses legais. Contudo, na decisão, o juízo fixou medidas cautelares para ele: afastamento e proibição de frequentar a residência da vítima; proibição de manter contato, por quaisquer meios diretos ou indiretos com as testemunhas do inquérito policial, mantendo distância mínima de 200 metros; proibição de ausentar-se da Comarca, salvo autorização da Justiça; e recolhimento de passaporte.

Conforme O POVO Online apurou, dois médicos e um familiar da vítima estão entre os que prestaram depoimento na última terça-feira, 17, no 2º Distrito Policial, na Aldeota. As investigações estão a cargo da delegada Socorro Portela. No depoimento, o médico Jamil Zarur informou que a bala entrou na parede anterior do tórax da mulher e ficou alojada no abdômen.

Uma laparotomia (cirurgia) teria sido usada para identificar as lesões. Para o médico, a trajetória da bala não era a habitual, mas ele não descarta a possibilidade de ela ter resvalado em uma estrutura óssea de Jamile e ter havido uma trajetória diferente da habitual.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) informou que o 2º Distrito Policial (DP) investiga a morte de Jamile. A corporação não pode dar mais detalhes para não atrapalhar as investigações, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O CASO

Quando ocorreu o disparo em Jamile?

O disparo teria ocorrido nas primeiras horas do sábado, 30. A mulher estava no apartamento onde morava, no Meireles, e saiu de lá ferida.

Para onde a vítima foi levada?

O namorado de Jamile levou a mulher de carro até o IJF, onde ela foi atendida. A vítima morreria somente no dia seguinte, no sábado, 31, quando não resistiu aos ferimentos provocados pelo tiro. 

Como está a investigação?

A informação inicialmente repassada pelo marido de Jamile era de que ela teria tentado suicídio. Contudo, uma nova linha apurada pelos investigadores cogita a possibilidade de feminicídio. A Polícia Civil não comenta o andamento das investigações para não atrapalhar a coleta de informações.

Quantas pessoas já foram ouvidas?

Segundo a assessoria de imprensa da SSPDS, mais de 30 pessoas já prestaram depoimento aos delegados do caso. 

O que já se sabe dos depoimentos?

Dois médicos e um familiar da vítima estão entre os que prestaram depoimento. Um dos médicos, Jamil Zarur, informou que a bala perfurou o tórax de Jamile e ficou acomodada no abdômen. Segundo ele, a trajetória não é a habitual, mas pode ter desviado em alguma estrutura óssea da vítima.

Por que a prisão do namorado foi negada?

Na decisão, a Justiça aponta que o pedido de prisão não preenche as hipóteses legais, mas estabeleceu medidas cautelares para ele, como a proibição de frequentar a residência da vítima, o impedimento de manter contato com testemunhas e a impossibilidade de sair da Comarca.

PERGUNTAS SEM RESPOSTAS SOBRE O CASO

O namorado é o principal suspeito do caso?

Quais provas a Polícia já tem contra ele para pedir a prisão?