Estudantes fecham cruzamento das avenidas da Universidade e 13 de maio após primeiro expediente do novo reitor

Na manhã desta quinta-feira, 29, o recém empossado reitor da Universidade Federal do Ceará, Cândido Albuquerque, conseguiu entrar pela primeira vez na reitoria. Estudantes ocupam o espaço e manifestam-se contra ele

14:03 | Ago. 29, 2019

Desde que assumiu a reitoria, em 26 de agosto, Cândido Albuquerque não tinha conseguido entrar no prédio. Estudantes se revezavam para barrá-lo. (foto: Leonardo Maia/ Especial para O POVO)

Desde 11 horas, estudantes de vários cursos da Universidade Federal do Ceará (UFC) se reúnem ao redor da reitoria à espera de Cândido Albuquerque, reitor recém empossado. Desde sua nomeação, os jovens se dividiram e fazem vigílias para evitar que Cândido entrasse no prédio. Mas, foi na manhã desta quinta-feira, sob especulações de que o novo reitor teria entrado escondido no local, que Cândido Albuquerque conseguiu despachar pela primeira vez. 

Segundo a organização do ato, quase 500 estudantes fecharam o cruzamento das avenidas da Universidade com 13 de maio, após saída do reitor. No seu primeiro expediente, Cândido assinou documentos e diplomas, se reuniu com integrantes da equipe e tratou da ocupação dos cargos do primeiro escalão. As informações são da assessoria de comunicação da UFC. 

Desde sua nomeação, os estudantes construíram o movimento Autonomia Universitária. Dentre as atividades de aulas públicas, rodas de conversa e intervenções, eles também estavam se revezando para barrar o reitor. Após fechar o cruzamento, os manifestantes se dirigiram ao Restaurante Universitário (RU) para continuar a intervenção.

Confira vídeo do protesto no Restaurante Universitário:

A estudante de Ciências Sociais, Mariana Lacerda, 28 anos, conta que um dos principais motivos do protesto é a intervenção do governo Bolsonaro na autonomia universitária. "O Cândido foi rejeitado pelos três setores. Estudantes, servidores e professores rejeitaram o Cândido. Ele era o terceiro colocado. O ministro e o Bolsonaro querem interferir, como uma prática da Ditadura, na autonomia da nossa universidade. A gente está aqui para dizer que não vai aceitar isso". 

Os universitários também protestam contra o Future-se, programa do governo Bolsonaro para educação superior. O projeto foi rejeitado pela UFC, mas, após posse, Cândido chegou a dizer que repensaria o Future-se. Após primeiro expediente, Cândido Albuquerque logo saiu da reitoria. Os estudantes seguiram para o RU e continuam se mobilizando. Nesta sexta-feira, 30, eles preparam uma paralisação, na qual Fernando Haddad confirmou presença. 

Com informações do repórter Leonardo Maia / Especial para O POVO