Casal é preso suspeito de estelionato, tortura, estupro e crime contra idoso

Um casal foi preso pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) por suspeita de envolvimento em crimes de estelionato praticados no município de Monsenhor Tabosa, a 207 quilômetros de Fortaleza. A prisão aconteceu na sexta-feira, 23, no bairro Lagoa Redonda, na Capital. Investigações apontam para outros crimes cometidos pelos dois, tais como estupro de vulnerável, tortura e crime contra a pessoa idosa. 

O casal foi preso a partir do cumprimento de uma mandado prisão preventiva. No momento das prisões, os dois estavam acompanhados de quatro crianças, filhos da dupla que precisaram ser encaminhados para receber assistência da Delegacia de Combate a Exploração da Criança e Adolescente (Dececa).

Os detalhes da apreensão foram divulgados em coletiva de imprensa na Superintendência da Polícia Civil na tarde desta segunda-feira, 26. Conforme o delegado Luiz Arthur, titular da Delegacia Municipal de Monsenhor Tabosa, as investigações acerca dos crimes de estelionato tiveram início em maio deste ano. O casal se aproveitou do sistema econômico utilizado na cidade do interior do Estado para aplicar golpes.

Conforme o delegado, as vendas no município são feitas em promissória, onde o cliente se compromete a pagar os produtos adquiridos apenas com a palavra. O homem de 32 anos, natural de São Paulo, adquiriu diversos bens e não pagou por eles. As apurações apontam que 19 comerciantes da região foram lesados pelas ações do casal. Todos os bens obtidos ilegalmente foram apreendidos.

Durante as investigações, descobriu-se também que o casal se apropriava dos bens do pai da mulher, natural do Ceará. O idoso, de 79 anos, tinha o benefício da aposentaria roubado pela filha e pelo genro, mas não recebia alimentação ou cuidados básicos.

Através de informações obtidas pelo Conselho Tutelar, os agentes da Polícia Civil descobriram que os cinco filhos do casal sofriam maus-tratos. O mais velho, de 15 anos, morava com a avó no Paraná, após sofrer torturas por parte do padrasto e ter procurado abrigo com a progenitora. As investigações sobre a situação das crianças começou a partir do relato dele. A troca de informações entre a Polícia Civil do Ceará e a Polícia Civil do Paraná contribuiu para a elucidação dos crimes.

Foi confirmado o crime de tortura contra as cinco crianças, com idades entre 2 e 15 anos, duas delas sendo filhas do casal e três filhos da mulher de relacionamento anterior. As quatro crianças foram encontradas em situação de completo abandono e relataram os abusos sofridos. Um dos castigos aplicados pelo padrasto era chamado de "plantão", quando as vítimas eram trancadas durante 24 horas em um quarto escuro.

A mulher também confirmou as agressões sofridas pelas crianças, tendo relatado que ela mesmo foi sexualmente agredida pelo parceiro há cerca de duas semanas. Segundo o relato do adolescente de 15 anos, uma de suas irmãs teria sido estuprada quando tinha apenas 8 anos. Atualmente, a vítima tem 10 anos.

O casal, que não possui antecedentes criminais, foi preso e deve responder pelos crimes de estelionato, tortura e crime contra a pessoa idosa; o homem responderá, também, por estupro de vulnerável.

As crianças foram encaminhadas para o Conselho Tutelar e, posteriormente, irão morar com a avó, no Paraná. Os suspeitos não serão identificados para preservar a identidade das vítimas, menores de idade.