Caso Maria Esther: pai vai a velório e pede que a "Justiça seja feita"
Thiago Marques da Silva afirma que não teve oportunidade de convívio com Maria Esther. Ele relata que o companheiro de Ana era agressivo e que já o ameaçou. Diante do medo, ele disse que se afastou
22:56 | Ago. 22, 2019
Na rua Costa Freire, no bairro Vila Pery, em Fortaleza, crianças, adultos e idosos reuniram-se ainda sem acreditar na morte da bebê Maria Esther Farias Campelo, de apenas um ano e 10 meses de idade. Quem passava pelo portão estreito da casa dos familiares saia chorando. Os familiares e amigos permaneciam em volta do pequeno caixão e a maioria parecia não acreditar no que estava vendo. Os moradores do bairro Vila Pery, que conheciam a família "só de vista", lotaram a entrada da casa.
Thiago Marques da Silva, 32, pai de Maria Esther, pediu que a "Justiça seja feita" e que a mãe da criança, Ana Cristina Farias Campelo, e o padrasto Franciel Lopes de Macedo paguem pelo que fizeram contra a menina. Thiago relatou à reportagem do O POVO Online que teve um relacionamento de aproximadamente um ano com Ana. A criança não é registrada no nome do pai e Thiago afirma que estava preparando a documentação da menina para tentar acrescentar seu nome no registro de nascimento. No entanto, ele desistiu após desavenças com o atual companheiro de Ana Cristina.
Thiago disse que conheceu Ana em uma igreja evangélica, no bairro Vila Pery. Na época, Thiago relata que a mãe de Maria Esther trabalhava com crianças na igreja e que não era uma pessoa violenta. O pai relata que foi apaixonado por Ana e que tentou uma reconciliação, mas ela foi embora de casa com outro homem. Em seguida, Thiago conta que iniciou o relacionamento com Franciel.
O pai afirma que não teve oportunidade de convívio com Maria Esther. Ele relata que o companheiro de Ana era agressivo e que já o ameaçou. Diante do medo, ele disse que se afastou. Thiago explica que tem acompanhamento médico por conta de um transtorno bipolar e que é atendido no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Devido à condição, ele recebe um auxílio em dinheiro, que planejava utilizar para ajudar a filha Maria Esther.
O irmão de Ana, de nome preservado, disse que quer que a irmã pague pelo que fez. Ele acredita que Franciel a influenciou a praticar o crime. O tio de Maria Esther descreve Franciel como uma pessoa violenta e relata que as agressões se estendiam contra outros membros da família, que não tinha mais o mesmo contato com Ana após o relacionamento dela com Franciel. O POVO Online preserva os nomes de familiares de Maria Esther em razão do Estatuto da Criança e Adolescente (Eca).