Com três ingredientes, simplicidade é marca da paçoca; prato pode ser conservado por longos períodos
De origem indígena, o prato é recorrente tanto em restaurantes como com preparação caseira. Essa a segunda de uma série de quatro matérias com dicas para o consumo adequado de pratos típicos cearenses
08:46 | Ago. 06, 2019
Também presente durante o almoço típico cearense, a paçoca é um prato que mantém a mesma receita após várias décadas. Útil para o aproveitamento de carnes secas, o prato, de origem indígena, tem seus ingredientes processados tradicionalmente em um pilão. Essa matéria é a segunda de uma série que dá dicas acerca do consumo adequado de comidas típicas cearenses.
O sabor e a facilidade de conservação são motivos para a sobrevivência da paçoca na tradição cearense. A simplicidade da receita foi útil para longas viagens, que se estendiam por centenas de quilômetros.
De acordo com Roberto Araújo, historiador, gastrônomo e integrante do Observatório Cearense da Cultura Alimentar (Occa) há uma especulação histórica de que os soldados liderados por Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos tiveram vantagem sobre o Exército devido à nutrição provida pela paçoca.
O prato, segundo Roberto, é essencial para os trabalhadores rurais do Estado. Eles fazem a união de água, rapadura e a paçoca para passar longos períodos trabalhando no campo. No meio urbano, o prato continua presente tanto comercialmente ou com preparação caseira. No caso de restaurantes, é comum o uso de colorau.
Propriedades nutricionais
Composta por farinha, carne seca e cebola, o prato é fonte de carboidrato e proteína. Assim como o baião de dois, ela deve ser acompanhada por saladas cruas e ser consumida até uma vez por semana, em porções adequadas.
A dica na hora do preparo é escolher carnes com cura de sal e usar cebola roxa, que dá um sabor mais apetitoso, segundo Mattu Macêdo, chef de cozinha e professora de gastronomia, para um prato mais saudável, é interessante reduzir a quantidade de óleo e ingredientes como o bacon.