Motorista de aplicativo é condenado a 14 anos de prisão por estupro e roubo

Caso foi denunciado pelo O POVO em 2018. Patrick Carneiro do Nascimento foi condenado a 14 anos e 4 meses de reclusão

09:36 | Jul. 04, 2019

O TÉCNICO em radiologia Patrick Gomes está preso desde agosto de 2018 (foto: TATIANA FORTES )

O motorista de aplicativo Patrick Carneiro do Nascimento, preso em agosto de 2018 por violentar passageiras, foi condenado a 14 anos e 4 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, pelos crimes de estupro e estelionato.

O caso foi denunciado em série de reportagens publicada pelo O POVO.

A sentença foi proferida no dia 6 de maio de 2019. O caso tramita em segredo de Justiça.

Patrick é acusado de outros crimes, como a criação de perfis falsos, mas a sentença diz respeito somente aos casos de estupro e roubo. Na decisão, o juízo da 3ª Vara Criminal decretou prisão preventiva.

A defesa recorreu da sentença, mas o réu permanecerá preso até o julgamento do recurso. Além disso, no sistema de busca processual, constam outras quatro ações penais contra Patrick Carneiro do Nascimento, das quais três tramitam em segredo de justiça, tendo como assunto estupro ou crime contra a dignidade sexual, e uma de estelionato.

Relembre o caso

O POVO publicou série de reportagens (Foto: Montagem)

Patrick Carneiro do Nascimento foi preso no dia 17 de agosto de 2018, acusado de, com cadastro fraudado de motorista de app de transporte, estuprar passageiras. Na época, ele confessou ter violentado seis vítimas, mas a Polícia Civil investigava pelo menos dez casos.

O homem foi preso no bairro Conjunto José Walter, onde morava, e já havia sido reconhecido por diversas vítimas. No carro utilizado para os crimes, um Logan preto, a Polícia encontrou três cartões ligados a contas do 99Pop e dezenas de chips de celulares. Os agentes também apreenderam um notebook e dois smartphones - um iPhone e um Moto G.

Patrick foi abordado por duas equipes da Polícia Civil no momento em que chegava na residência e, inicialmente, alegou não ter relação com os crimes. Ele chegou a apontar "engano" dos agentes. Horas depois, confessou autoria de seis dos estupros investigados.

Na semana da prisão, O POVO publicou série de reportagens detalhando o crime e expondo como o mercado ilegal de contas de apps facilita esse tipo de crime. O material, assinado pelos jornalistas Carlos Mazza e Jáder Santana mostraram que qualquer busca rápida levava até inúmeras ofertas de contas falsas, disponíveis em todas as regiões do Brasil. A venda foi verificada em sites de venda informal, como OLX e Mercado Livre. Os preços variavam entre R$ 100 e R$ 300.

A OLX entrou em contato com O POVO Online e enviou uma nota de esclarecimento. Confira abaixo a íntegra do documento:

Em resposta à matéria publicada no jornal O Povo, a OLX esclarece que a atividade da empresa consiste na disponibilização de espaço para que usuários possam anunciar e encontrar produtos e serviços de forma rápida e simples.

A OLX reforça que a ferramenta foi criada para auxiliar no desenvolvimento social e econômico do país e que os usuários devem respeitar os Termos e Condições de Uso do site (http://go.olxbr.com/termos-condicoes-olx). Infelizmente, algumas vezes as ferramentas disponíveis no mercado são utilizadas por terceiros de má índole. A empresa repudia este tipo de atitude, pois ela vai contra as regras da OLX.

Vale lembrar que a OLX também disponibiliza um botão de denúncia em todos os seus anúncios, possibilitando que qualquer pessoa denuncie eventuais práticas irregulares ou conteúdos indevidos. Nestes casos, a empresa consegue deletar o anúncio e banir o usuário da plataforma.

A OLX reforça que está sempre à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário para a apuração dos fatos.

Atenciosamente,

Time OLX