Uso do cinto de segurança saltou de 68% para 94% nos últimos quatro anos em Fortaleza
AMC registrou 65 mil autuações pelo não uso do cinto de segurança em Fortaleza
21:54 | Jun. 04, 2019
Em Fortaleza, o uso do cinto de segurança por adulto ocupando bancos da frente ou de trás aumentou de 68% para 94% nos últimos quatro anos. Só entre os passageiros a ocupar os bancos traseiros, o uso do equipamento cresceu de 21% em outubro de 2015 para 47% em fevereiro deste ano. Os dados são da pesquisa realizada pela Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, através da Universidade Johns Hopkins, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Além de ser exigência legal, o uso do equipamento é indispensável para reduzir o índice de severidade dos acidentes de trânsito.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o uso do cinto de segurança reduz pela metade o risco de morte entre os motoristas e passageiros do banco da frente, e de ferimentos leves e graves em até 20% e 45%, respectivamente. Já a utilização entre passageiros do banco traseiro reduz o risco de ferimentos fatais em até 25% e de ferimentos leves em até 75% em caso de acidentes.
“O uso do cinto no banco traseiro é crucial, pois além da segurança para o passageiro, protege os que estão na frente. No caso de uma batida, por exemplo, o peso de corpos e objetos projetados dentro do veículo se multiplica, aumentando muito o risco de uma fatalidade”, explica Disraelli BrasiL, chefe do Núcleo de Operação e Fiscalização Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). No ano passado, em Fortaleza, foram registradas cerca de 65 mil autuações pelo não uso do cinto de segurança.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, não utilizar o cinto de segurança seja no banco dianteiro ou traseiro em qualquer circunstância, em áreas urbanas ou rurais, é uma infração de natureza grave, com multa no valor de R$ 195,23 e cinco pontos no prontuário do condutor.
Também houve melhora no uso dos assentos infantis para crianças de até 11 anos incompletos na Capital cearense. Em outubro de 2015, os pesquisadores observaram que 29% utilizaram equipamentos, enquanto que em fevereiro de 2019 o índice subiu para 47%. A conclusão é de que apesar do avanço ainda é preciso melhorar a proteção para as crianças – que pode ser a diferença em caso de acidentes.
A legislação de trânsito no Brasil prevê crianças de até um ano acomodadas em equipamentos do tipo “bebê conforto”; até quatro anos, em “cadeirinhas”, até os sete anos e meio em “assentos de elevação” e a partir daí com cinto de segurança – todos no banco traseiro. Caso o condutor de um veículo seja flagrado fazendo o transporte de crianças sem os equipamentos de segurança adequados para a idade, pode ser autuado por infração gravíssima, fica sujeito a multa no valor de R$ 293,47, com retenção do veículo até a regularização do caso e ganha 07 pontos na carteira de habilitação.
Cara segurança,
Segundo o superintendente da AMC, Arcelino Lima, os cidadãos estão adotando um comportamento mais preventivo e seguro ao se deslocar pela cidade, o que também é reflexo das ações de educação e fiscalização desenvolvidas pelo órgão. "Cientes disso, realizamos periodicamente abordagens nas quais verificamos a utilização deste equipamento obrigatório que, quando colocado corretamente, evita que o corpo seja arremessado para fora do veículo”, esclarece.
Por outro lado, Dante Rosado, coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global em Fortaleza, afirma que o estudo permite aos gestores orientar as políticas públicas de segurança no trânsito para prevenir cada vez mais mortes e ferimentos em ruas e avenidas.