Corpo de Larissa, trans morta em São Paulo, é velado nesta segunda, em Fortaleza

A jovem de 21 anos preparava uma viagem surpresa em comemoração do Dia das Mães

23:02 | Mai. 06, 2019

Por: Ingrid Campos
Velório de Larissa Rodrigues, 21, transexual cearense que foi morta em São Paulo. (foto: Júlio Caesar/O POVO)

Após a chegada do corpo de Larissa Rodrigues a Fortaleza, na tarde desta segunda, 6, a família fez o seu velório nesta noite. A jovem de 21 anos, que era uma mulher transexual, foi assassinada a pauladas no último sábado, 4, em São Paulo. Ela chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos. O velório acontecerá nesta terça, 7, no Cemitério Jardim do Éden, em Pacatuba, Região Metropolitana.

A residência, no bairro Presidente Kennedy, ficou pequena para receber todas as pessoas que foram se despedir de Larissa e consolar a família. Amanda Gomes, sua amiga desde os tempos de escola, lembra de quando fez balé com a jovem por três anos. "Não consigo vincular a imagem dela à tristeza, só alegria".

A declaração de Amanda é sustentada pelo irmão, Rafael Rodrigues, que sempre foi muito próximo à ela. Rafael conta que, diariamente pela manhã, mãe e filha trocavam mensagens de bom dia. "Ela era o xodó da casa".

Também por isso, junto ao fato de, na época, Larissa ter apenas 17 anos, a família não apoiou, inicialmente, sua ida à São Paulo. No entanto, após várias conversas, sua ideia foi aceita. "Ela foi para São Paulo para dar uma vida melhor para a gente. Ela conseguiu", diz o irmão.

Na terra da garoa, a jovem dividia um apartamento com outras duas amigas. Uma delas foi agredida junto à Larissa, mas sobreviveu. Foi ela, também, que contatou a família, informando o acontecimento.

Visitas a Fortaleza

Larissa sempre voltava a Fortaleza nas férias e em datas comemorativas, como Natal, Ano Novo e Dia das Mães. Para esta, ela preparava uma viagem surpresa a Natal, no Rio Grande do Norte, com a mãe no próximo fim de semana. "Infelizmente, a surpresa foi essa tragédia", diz o irmão.

Investigação

Rafael diz que as informações que têm sobre o caso é que um homem, em São Paulo, foi identificado como suspeito pela morte da irmã. 

Mais cedo, em entrevista á rádio O POVO/CBN, Rosângela Lima, irmã de Larissa, relatou que a família não havia recebido informações sobre a investigação e possíveis suspeitos. "Não sabemos de nada no momento, se foi 'puxado' [sic] câmeras, se foi encontrada a pessoa que fez isso, o monstro que fez isso com a minha irmã", afirmou.

LEIA MAISIrmã de trans cearense assassinada em São Paulo pede por justiça: "Destruiu a nossa família"

Rosângela teme que, caso não seja feita justiça, o assassino possa vitimar outras pessoas. "Se essa pessoa não for pega, não pagar pelo o que ela fez, ele vai continuar fazendo com outras famílias, destruindo e fazendo chorar", diz.