Polícia Federal prende suspeito de matar em Aquiraz chefes do PCC
Executor direto dos assassinatos de Gegê do Mangue e Paca, líderes do PCC mortos no Ceará, é preso em Aracaju na manhã deste domingo. Investigação do Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) aponta a autoria
12:28 | Abr. 07, 2019
A Polícia Federal prendeu um homem que é apontado nas investigações do Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) como um dos autores dos assassinatos de Gegê do Mangue (Rogério Jeremias de Simone) e Paca (Fabiano Alves de Souza), chefes do PCC, executados ano passado, em Aquiraz, município da Região Metropolitana de Fortaleza. Carlenilto Pereira Malta, 39, cearense natural de Mombaça, foi capturado em Aracaju (Sergipe), na manhã deste domingo, 7.
Segundo O POVO apurou, ele teria sido um dos executores diretos das mortes dos dois líderes da organização criminosa. Carlenilto seria uma das lideranças da quadrilha no Ceará, ligado à cúpula do PCC em São Paulo.
Gegê do Mangue e Paca foram assassinados no dia 15 de fevereiro do ano passado por ordem de uma ala da quadrilha que estaria descontente com a vida nababesca que os dois levavam fora dos presídios.
Encomenda
Investigações do Gaeco, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco) e da Polícia Civil de São Paulo indicam que o traficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, encomendou as mortes de Gegê do Mangue e do Paca. Aqui, Carlenilto teria recebido a ordem para matá-los. Os dois foragidos estavam de “férias”, com a família, no litoral cearense.
No PCC, Fuminho é um dos articuladores do tráfico de armas e drogas nas fronteiras do Brasil com países como Bolívia, Colômbia e Paraguai.
No Ceará
Antes de fugir do Ceará, Carlenilto era morador de um condomínio de classe média alta no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Segundo investigação do Gaeco e da Draco, ele vivia livremente no Ceará. Além de ter sido denunciado pelo Ministério Público pelo duplo homicídio, ele responde por receptação em São Paulo.
Em uma entrevista no ano passado, o delegado Harley Filho, coordenador da Draco, afirmou que Carlenilto seria uma das seis pessoas que estavam no helicóptero que transportou Gegê do Mangue e Paca para uma área de uma reserva indígena em Aquiraz.
Após os assassinatos, Carlenilto deixou a casa no bairro Edson. Um condomínio com 42 casas, quadra de tênis, piscina, academia. As investigações também apontam que o homem preso seria dono de mais de 200 imóveis em Mombaça, no Sertão Central do Ceará. Ele também é sócio de uma empresa de produções de eventos em Tauá, no Inhamuns.
No ano passado, policiais da Draco já haviam feito incursões em Mombaça e em São Francisco de Canindé à procura de Carlenilto. Com mandados de busca e apreensão, imóveis dele e do cearense Renato Oliveira Mota foram vistoriados.
Renato Mota é apontado pela Draco e pelo Gaeco como o homem que de teria levado em um carro Carlenilto, Tiago Lourenço de Sá de Lima e Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, até o hangar utilizado pelos criminosos.
Depois de matar Gegê do Mangue e Paca, Carlenilto e Tiago teriam sido transportados novamente por Renato Mota. Segundo levantamento da Draco, um dia antes do duplo homicídio Wagner, Tiago e Renato fizeram um sobrevoo, com o piloto Felipe Ramos Morais, para saber o local em que as vítimas seriam convidadas para um passeio de negócios e, depois, para onde seriam executados.
O decreto para eliminar Gegê e Paca seria de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe geral do PCC. Ele teria autorizado Gilberto Alves dos Santos, o Fuminho, a contratar os seis homens envolvidos no duplo assassinato.
Um bilhete encontrado depois das mortes de Gegê e Paca informava que os dois estavam roubando a organização criminosa. No Ceará, possuíam carros e casas de luxos. E costumavam passar “férias” e festas de final de ano, o que teria gerado revolta da cúpula do PCC.