Principal suspeito da morte de Stefhani Brito é preso no Pará
"Eu olhando para fotinha dela e pedi: me dá uma luz e peça a Deus para iluminar o caminho dos policiais para encontrar esse assassino e ela me deu o meu maior presente", diz mãe de Stefhani
20:23 | Fev. 25, 2019
O principal suspeito da morte de Stefhani Brito Cruz foi preso no Pará pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Ceará. Francisco Alberto Nobre Calixto Filho estava entre os homens mais procurados do Estado. Ele possui mandado de prisão em aberto desde o mês de janeiro de 2018. A informação da prisão foi confirmada por familiares da vítima. A morte de Stefhani completou um ano no dia 1º de janeiro de 2019.
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O POVO Online apurou que os policiais do DHPP do Ceará viajaram até o Pará e cumpriram o mandado de prisão. Alberto ainda não chegou em Fortaleza.
Aos prantos, a mãe de Stefani relata que aniversariou no último dia 22 e que o maior presente que ela poderia receber era a prisão de Alberto. "Ela não veio me abraçar e me beijar, mas ela mandou o presente dela de onde ela está", relata.
"Eu olhando para fotinha dela e pedi: me dá uma luz e peça a Deus para iluminar o caminho dos policiais para encontrar esse assassino e ela me deu o meu maior presente", relata aos prantos.
O corpo de Stefhani foi encontrado às margens da Lagoa da Libânia, no Mondubim, no primeiro dia do ano. A jovem estava com as duas pernas quebradas e apresentava hematomas e outros sinais de tortura. O POVO Online foi até o local e conversou com a vizinhança, que relatou ter visto Stefhani sendo agredida.
No dia 1º, a vítima foi chamada por Alberto para uma conversa. A família, preocupada, telefonou para a jovem, que atendia às ligações. No entanto, a partir das 21 horas, Stefhani passou a responder apenas por WhatsApp. Para a família, as mensagens eram enviadas pelo autor do crime, se passando por ela.
Stefhani era torturada
Stefhani conheceu o ex-companheiro aos 17 anos. Os dois chegaram a morar juntos e montaram um negócio, uma padaria. "Ele queria deixar ela sozinha trabalhando para ela ficar mais presa. Quando ela morou aqui no bairro a gente não a via", desabafa.
Em um longo desabafo, um familiar que não quis se identificar disse que a jovem era torturada durante os cinco anos que manteve o relacionamento. Todos viam as marcas. Ela chegou a ser queimada com ponta de cigarro e até com uma colher quente. Stefhani chegou a ir morar no Interior para se distanciar. "Isso pra mim é um psicopata, que amor não é. Ele queimava com faca, com colher, com cigarros. Quando batia nela, ele amarrava para não gritar. Acredito que ela era ameaçada, pois sempre ela dizia, sempre que discutia, a gente pedia para que ela não fosse encontrar. E ela dizia que ia pois precisava salvar a família", disse.
Mandado de prisão foi expedido há um ano
No dia 5 de janeiro, a Justiça expediu o mandado de prisão preventiva contra Francisco Alberto Nobre Calixto Filho. O plantão da comarca de Fortaleza pediu a prisão imediata de Alberto pelo crime de homicídio qualificado.
Um ano após a morte de Stefhani, família chegou a pedir que criminoso se entregasse à Justiça
Um ano após o crime que vitimou Stefhani Brito, a família da jovem pediu que o principal acusado, Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, se entregasse à Justiça. As declarações foram dadas na missa de um ano de falecimento.
Ainda em fase de julgamento, alguns parentes relataram que sofreram ameaças e tiveram que mudar de residência.
As córneas da moça foram doadas sob autorização da mãe. "Perdi a flor do meu jardim, ficaram apenas os dois cravinhos", lamentou lembrando outros dois filhos.
O caso de Stefhani foi contado na reportagem Feminicídio: os sonhos e as histórias de mulheres assassinadas no Ceará "Eu percebia no olhar da minha filha que ela não era feliz", diz mãe de Stefhani Brito.
Jéssika Sisnando - repórter