Acusados de torturar e matar três mulheres serão julgados nesta quarta-feira
Criminosos filmaram as mortes das vítimas e divulgaram nas redes sociais
19:41 | Fev. 25, 2019
Nara Aline Mota de Lima, de 23 anos, Ingrid Teixeira Ferreira, de 22 anos, e Darcyelle Ancelmo de Alencar, 31 anos, foram retiradas da casa onde moravam, torturadas e mortas por integrantes de uma facção criminosa, que serão julgados nesta quarta-feira, 27. Os assassinatos das três mulheres, que ocorreram em março do ano passado, em Fortaleza, foram filmadas e divulgadas nas redes sociais. Uma das vítimas chegou a ser esquartejada viva.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), os réus Francisco Robson de Souza Gomes, Bruno Araújo de Oliveira, Jeilson Lopes Pires, Júlio César Clemente da Silva e Rogério Araújo de Freitas serão julgados pela 3ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza.
A sessão acontecerá no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua. O réu Francisco Robson, que se encontra preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), será julgado por videoconferência.
Conforme o TJCE, o processo faz parte do programa “Tempo de Justiça”, uma parceria entre Poder Executivo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, que acompanha processos de crimes dolosos contra a vida com autoria esclarecida, ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2017. O julgamento será presidido pelo juiz titular da 3ª Vara, Victor Nunes Barroso. A acusação será feita pela promotora de Justiça Joseana França e a defesa será realizada pela defensora pública Sulamita Teixeira.
O caso
O alvo da ação, segundo a apuração do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), seria Nara, que havia se mudado recentemente de Maracanaú para a Barra do Ceará. Os criminosos acreditavam que ela estaria traficando em área onde eles dominam a venda de drogas. Darcyelle e Ingrid teriam sido mortas por testemunharem o sequestro. Elas foram levadas até um mangue e assassinadas.
A DHPP concluiu que pelo menos oito pessoas participaram do crime. No dia 2 de março, as mulheres desapareceram. Os vídeos das execuções chegaram aos familiares das vítimas, que procuraram a DHPP. Na época, o departamento especializado identificou pelo menos oito pessoas que teriam envolvimento direto e indireto no crime.
Os réus serão julgados por três homicídios triplamente qualificados (por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima); destruição e ocultação de cadáver, também três vezes; além de participação em organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo e tortura.