Retrospectiva 2018: as personalidades cearenses das quais nos despedimos neste ano
Jornalistas do O POVO, empresários pioneiros, economistas, historiadores e outras pessoas que marcaram a história do Estado deixaram grande legado para os cearenses
11:37 | Dez. 22, 2018
[FOTO1]Ano marcado por acirramento político, tensões e polêmica também será lembrado pela mortes de personalidades importantes no Ceará. Jornalistas do O POVO, empresários pioneiros, economistas, historiades e outras pessoas que marcaram a história do Estado deixaram grande legado.
Continuando a série de retrospectivas 2018, O POVO Online separou as mortes de cearenses que mais marcaram o ano. Confira:
Logo em janeiro, perdemos um dos ícones da gastronomia fortalezense. João Juarez Albuquerque, o Seu Juarez, da sorveteria de mesmo nome, faleceu na madrugada do dia 25 daquele mês. Aos 90 anos, ele deixou para trás uma das mais tradicionais sorveterias de Fortaleza.
Juarez morreu após complicações de uma cirurgia na vesícula. A família anunciou a morte agradecendo o apoio e o carinho do povo fortalezense. Em julho, uma praça do bairro Papicu foi reinagurada e passou a levar o nome do sorveteiro - a Praça João Juarez de Albuquerque.
O jornalista José Mário Pinto morreu na noite do dia 28 de janeiro, aos 83 anos. Ele estava internado por conta de uma pneumonia. José Mário tinha 61 anos de profissão e faria 54 anos de O POVO em abril deste ano.
Até outubro de 2016, ele assinava a coluna Turismo S/A no O POVO Online e também atuava como repórter do Núcleo de Conjuntura. Ele ainda assinou a coluna Três Armas. “Ele foi, durante muitos anos, um dos mais influentes editores de Turismo nacional. E deu importante contribuição à imagem que o Ceará tem hoje dentro e fora do País”, comentou o diretor geral de jornalismo do Grupo de Comunicação O POVO, Arlen Medina Néri.
O editor-executivo de Política, Guálter George, destacou a dedicação de José Mário Pinto nos últimos anos na redação, na consolidação de textos nacionais e internacionais. Para ele, o jornalista "melhorou o nível de experiência da equipe, muitas vezes, marcada pela juventude".
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O empresário Miguel Dias de Souza, presidente do Grupo Cidade de Comunicação, morreu na noite de 19 de março, vítima de um infarto fulminante. Ele passou mal, foi levado ao Hospital Monte Klinikum, mas não resistiu. Ele tinha 66 anos.
A Assembleia Legislativa do Ceará decretou luto oficial de três dias em decorrência da morte. O deputado Roberto Mesquista (PSD) pediu um minuto de silêncio na sessão plenária. Presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (PDT) se pronunciou sobre a perda: “Não só na comunicação, o Miguel Dias era um grande empresário. O Ceará hoje perde um grande cearense. Eu queria dizer ao povo cearense que o meu querido amigo vai fazer falta para o desenvolvimento do Estado”, lamentou.
No dia 25 de março morreu a pesquisadora Ana Fonseca, considerada a principal idealizadora e responsável por colocar em prática a unificação de diversos programas sociais que resultaram no Bolsa Família.
Cearense de Fortaleza, Ana Maria Medeiros da Fonseca tornou-se secretária executiva do Bolsa Família em outubro de 2003, logo que o programa foi criado. Permaneceu pouco mais de um ano na função, quando coordenou a unificação dos programas sociais do Governo Federal.
De certa maneira, o trabalho iniciado por Ana Fonseca mudou o rumo do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No início do mandato, o carro-chefe das políticas sociais era o Fome Zero, mais uma entre várias políticas sociais pulverizadas.
O economista Cláudio Ferreira Lima morreu em 30 de junho. Colunista do O POVO e consultor editorial do Anuário do Ceará, ele ocupou cargos no Governo do Estado do Ceará. Foi secretário do Planejamento na Era Tasso Jereissati (PSDB) e atuou como secretário-adjunto da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), já na Era Camilo Santana (PT). Era assessor especial do Gabinete do Governador.
Funcionário aposentado do Banco do Nordeste (BNB), Cláudio ficou conhecido por seu legado no planejamento estratégico, onde exerceu funções em variados segmentos do setor produtivo do Estado.
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Em 21 de julho, ao 72 anos, morreu o jornalista José Rangel. Ele foi repórter, editor e colunista social do O POVO.
Rangel estava internado na UTI da Gastroclínica tratando uma séria pneumonia. José Rangel escreveu para O POVO por mais de 30 anos - entre a atuação dentro da redação como editor de Política e Internacional e em festas da sociedade cearense escrevendo para sua coluna social com assuntos variados.
Jornalista formado na França e diplomado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Rangel também trabalhou na TV Verdes Mares e TV Diário, além do jornal O Estado. Depois de anos atuando em jornais e na televisão, resolveu criar o blog José Rangel Conta, em que escrevia sobre diversos temas.
Morreu na madrugada de 10 de agosto a historiadora cearense Simone de Souza, aos 79 anos. A morte foi decorrente de complicações de um quadro de infecção urinária e pneumonia. Ela estava internada havia duas semanas.
De acordo com o historiador Sebastião Ponte, com quem ela trabalhou na Universidade Federal do Ceará (UFC), a professora chegou a ser internada algumas vezes com o quadro de infecção.
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Morreu na noite de 28 de agosto, aos 77 anos, o ex-presidente da Câmara Municipal de Fortaleza Narcílio Andrade. Ele estava internado no hospital Otoclínica e não resistiu a quadro de insuficiência respiratória.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Salmito Filho (PDT), decretou luto oficial de três dias. Segundo o filho de Narcílio Andrade, Nartan, o vereador Heron Moreira (Psol) apresentou requerimento para mudar o nome da Rua da Saudade, no bairro Montese - onde o parlamentar morou por mais de 30 anos - para Rua da Saudade Vereador Narcílio Andrade.
Aos 63 anos, morreu, na madrugada do dia 11 de outubro, em Horizonte, Argeu dos Santos, ex-zagueiro do Ceará e do Fortaleza. Ele lutava contra um câncer de próstata. Como treinador, Argeu, o “rei do acesso”, ajudou muitos clubes menores do Nordeste e, nos anos 1980 e início dos 1990, foi nome importante do Ceará e Fortaleza nos campos.
Amigos deram suporte a tratamento de hérnia de disco e complicada ferida na perna. Logo em seguida, veio o diagnóstico do câncer em 2015. Após procedimento cirúrgico e radioterapia, Argeu pôde ir para casa. Uma queda, em casa, complicou o quadro e ele acabou impossibilitado de andar. Ele deixa a esposa, Camila Felipe, e cinco filhos.
Morreu no dia 6 de dezembro o empresário e ex-senador José Dias de Macêdo. Ele tinha 99 anos e foi vítima de falência múltipla dos órgãos. A vida dedicada ao comércio e à indústria de trigo rendeu a José Dias de Macêdo renome nacional. O empresário era idealizador do Grupo J. Macêdo.
Ele deixou um legado de pioneirismo no Ceará que se estendeu para todo o País. O primeiro moinho de trigo construído no Estado evoluiu para a criação de uma das marcas de farinha mais conhecidas pelos brasileiros, a Dona Benta.