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Homem investigado por vínculo com facção levava vida de luxo na Beira Mar

Encontraram uma procuração assinada por Auricélio Sousa Freitas, 35, conhecido como Celinho da Babilônia, um dos suspeitos de ser mandante da Chacina das Cajazeiras
11:29 | Out. 22, 2018
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Tipo Notícia
Atualizada às 14h40min
 
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A prisão de Marcos André Silva Ferreira, 24, conhecido como Dedé ou Branquinho, revelou à Polícia Civil a ligação do homem com a cúpula de uma das maiores facções cearense, a Guardiões do Estado. O suspeito, preso no último dia 10 de outubro, vivia em condomínio de luxo na Beira Mar e, no local, os agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) encontraram uma procuração assinada por Auricélio Sousa Freitas, 35, conhecido como Celinho da Babilônia, um dos suspeitos de ser mandante da Chacina das Cajazeiras, no Forró do Gago, a maior registrada na história do Estado

Segundo as investigações, Dedé levava vida de luxo: cursava Direito em faculdade particular de Fortaleza, viajava com frequência e tinha carros de luxo. Com ele, foram apreendidos um Corolla, um HB-20, além de uma Hilux. Ele também teria mais um apartamento de luxo, avaliado em R$ 1 milhão, e pelo menos duas caminhonetes do mesmo modelo da já apreendida. De acordo com o delegado adjunto da Draco, Klever Farias, Branquinho nega envolvimento com a organização criminosa e não soube explicar a procuração em nome de Celinho da Babilônia.
 
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Delegado titular da Draco, Harley Filho explicou que os agentes ainda não têm conclusão sobre o papel de Dedé na facção. Segundo ele, o suspeito atuava como atravessador ou responsável pelo consórcio. No primeiro caso, ele receberia para distribuir a droga no Estado. Já no segundo, ele teria papel de trazer quantidades de entorpecentes previamente negociadas.
 
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Mesmo sem conseguir precisar o papel dele na organização criminosa, a Polícia tem mapeado os passos do suspeito e sabe da posição de destaque para o tráfico de drogas no Ceará. De acordo com Klever Farias, em junho, Dedé viajou a Pedro Juan Caballero, no Paraguai, a cidade é apontada como ponto de entrada de entorpecentes no Brasil. 
 
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Rede de contatos

Além da procuração assinada por Celinho, a Polícia apontou relação de Dedé com outro importante integrante da facção. No último dia 19 de setembro, por volta de 13 horas, já sob olhares dos agentes da Draco, o suspeito se encontrou com Marcos da Silva Pereira, o Marquim Chinês, 39, em uma padaria na Capital. Este último era investigado por outra equipe da Polícia Civil. 
 

Chinês é apontado – e confessou – ser fundador da mesma organização criminosa de Celinho da Babilônia, e dominar a região conhecida como Favela da Verdes Mares, revelou Alceu Viana, delegado adjunto da Draco. Após o encontro da dupla, policiais iniciaram perseguição. Os suspeitos conseguiram escapar da vista dos agentes por cerca de dez minutos. 

Naquele dia, somente Marquim Chinês foi preso na região do Garrote, em Caucaia, e assumiu abastecer o Estado com cocaína e atuar nos bairros Meireles e Varjota. Ele, que já respondia por homicídio, foi preso em flagrante por integrar organização criminosa, e indiciado por tráfico e associação para o tráfico. O homem também estava com R$ 18,5 mil, em notas variadas. Segundo a Polícia, indício de que veio da venda de drogas. Durante a perseguição, Dedé escapou. No dia seguinte, ele chegou a viajar para São Paulo, onde publicou fotos em restaurante de luxo. Lá, permaneceu por melo menos três dias.  
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De volta ao Ceará, a prisão dele só ocorreu no último dia 10 de outubro, em academia de Fortaleza. Ele também já respondia por homicídio. Era indiciado ainda por receptação, roubo e porte ilegal de arma de fogo. 
 
Modus Operandi 
 
Segundo o delegado Klever Farias, tanto Dedé quanto Marquim Chinês se identificavam como vendedores de veículos. De acordo com o policial, a profissão era usada como fachada para justificar as quantias vultosas, as posses de carros de luxo no nome de terceiros e os padrões de vida de alto custo. 

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