Ceará tem maior aumento do Brasil em mortes violentas de jovens em uma década

Informação é de balanço divulgado nesta quarta-feira, 31, pelo IBGE, que aponta crescimento de 144,1% deste tipo de óbito no Estado

10:00 | Out. 31, 2018

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O Ceará foi o estado brasileiro que registrou o maior aumento no número de mortes violentas (não-naturais) de homens entre 15 a 24 anos nos últimos dez anos. A informação é do balanço de registros divulgado nesta quarta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), que aponta crescimento de 144,1% deste tipo de óbito no Estado entre 2007 e 2017.

Como morte não-natural, o instituto considera os homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais, entre outras. Como leva em consideração apenas os registros civis de óbito realizados até o ano passado, o levantamento do IBGE não capta recente movimento de queda dos índices de violência registrado no Ceará em 2018.

Evolução de mortes violentas de homens de 15 a 24 anos entre 2007 e 2017:

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A tendência de aumento neste índice foi registrada sobretudo no Nordeste, onde aparecem seis dos dez estados com as maiores taxas de crescimento. Das onze unidades federativas da região, apenas quatro – Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Maranhão – não dobraram o número de mortes violentas neste critério dentro do mesmo período.

Do outro lado da tabela, puxaram para baixo os índices de mortes violentas de jovens o Sul e o Sudeste. Entre os sete estados das regiões, apenas o Rio Grande do Sul (22,8%) teve aumento no indicador. Já o Paraná registrou a mais expressiva redução, em 43,2%.

No balanço de mortes violentas entre todos os sexos e faixas etárias, o IBGE também aponta variação destacada do Ceará, com crescimento de 81% deste tipo de óbito entre 2007 e 2017. Na comparação entre 2016 e o ano passado, o Estado registrou aumento de 5.456 mortes violentas para 6.818 (25%). Foi o 2º maior acréscimo do Brasil, atrás apenas do Amapá (30%).

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A maior parte dos óbitos não-naturais no Ceará ocorreu em Fortaleza, que registrou 2.585 casos. Entre as áreas destacadas pelo IBGE, lidera no índice de mortes violentas a Região Metropolitana da Capital, com 3.570 óbitos do tipo. Logo após aparece a Região Metropolitana do Cariri, com 526 mortes, e a Região Metropolitana de Sobral, com 441. 

O índice é destacado por sexo pois, em regra, a mortalidade masculina é superior à feminina. No grupo de mortes violentas de jovens entre 20 a 24 anos, foi registrada em 2017 taxa de sobremortalidade masculina 11 vezes maior que a feminina. Ou seja, um homem de 20 anos teve 11 vezes mais chances de não fazer 25 anos do que uma mulher da mesma idade.