Mandante da Chacina dos Portugueses cursa Pedagogia e Letras à distância
Militão ficou conhecido por ser mandante do crime que ficou marcado na memória de cearenses há 17 anos
16:50 | Ago. 10, 2018
[FOTO1]Luiz Miguel Militão Guerreiro, 48, foi condenado a 150 anos de prisão por planejar e mandar matar seis empresários portugueses em 2001. O crime ficou conhecido internacionalmente pela violência utilizada pelos comparsas de Militão, que torturaram e enterraram as vítimas ainda vivas. Dezessete anos após o crime, o mandante segue cumprindo pena na penitenciária de Pacatuba. De acordo com seu processo, ele trabalha e cursa duas graduações à distância, Pedagogia e Letras com habilitação em Inglês.
[FOTO2]Não é a primeira vez que Militão tenta cursar faculdade. Em julho de 2012, o português foi aceito em Geografia, na Universidade Federal do Ceará (UFC). A partir daí, o condenado buscou meios legais para ocupar a vaga, mas foi negado. Na época, O POVO noticiou que os alunos do curso ficaram apreensivos com a possibilidade da presença de Militão na sala de aula e nos corredores. O juiz responsável pelo caso, Luiz Bessa Neto, chegou a sugerir que ele fosse escoltado pela Polícia Militar até a universidade.
[SAIBAMAIS]Com progressão de pena prevista apenas para 2026, Militão deve continuar na penitenciária em regime fechado. Ele está acompanhado na mesma prisão que outros três condenados pela chacina. Entre eles, Raimundo Martins da Silva Filho foi condenado a cumprir 132 anos de pena. O garçom teria sido um dos mais violentos no momento da tortura das vítimas. Ele trabalha na unidade e já conseguiu remição de e 3 anos, 8 meses e 10 dias de sua pena. A previsão do cumprimento de sua pena em 30 anos, conforme o artigo 75 do Código penal, ocorre em 2027.
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Os outros condenados pela chacina receberam pela de 120 anos de reclusão. Leonardo Sousa dos Santos e Manoel Lourenço Cavalcante, pedreiro e segurança, respectivamente, também estão na penitenciária de Pacatuba. A previsão para progressão de pena para o regime semiaberto deve ocorrer daqui a dois anos, em 2020.
José Jurandi Pereira Ferreira, também segurança, é o único que não está em Pacatuba. Ele cumpre regime fechado no Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (CEPIS), em Itaitinga. Por trabalhar dentro da unidade, já teve remissão de 387 dias de sua pena e deve progredir para regime semiaberto em 2021. As informações são do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
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A Chacina dos Portugueses
O assassinato de seis empresários portugueses aconteceu na Praia do Futuro, em 2001, chocou o Estado. Os estrangeiros foram torturados e enterrados ainda vivos na cozinha da barraca Vela Latina, localizada na parte velha da praia. Militão foi considerado o mandante do crime, tendo premeditado sequestrar e extorquir as vítimas com cerca de trinta dias de antecedência. Os cinco condenados foram indiciados por latrocínio, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.