Desembargador e filhos são denunciados ao STJ por lavagem de dinheiro

Carlos Rodrigues Feitosa e seus filhos são acusados de se beneficiarem com dinheiro recebido por soltura de presos. Decisão virá do ministro Herman Benjamin

16:09 | Ago. 07, 2018

Investigados pela operação “Expresso 150” desde 2015, desembargador Carlos Rodrigues Feitosa e seus filhos, Ubaldo Machado Feitosa e Fernando Carlos Oliveira Feitosa, foram denunciados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O grupo é acusado de lavagem de dinheiro por se beneficiarem de dinheiro recebido por soltura de presos. A denúncia foi recebida pelo relator do caso, ministro Herman Benjamin, e a decisão é aguardada desde o último dia 1º.

Conforme os autos do STJ, por meio do valor recebido pelos familiares, eles puderam comprar um veículo e quitar títulos para a aquisição de imóveis. Em junho de 2015, Carlos Feitosa foi afastado de seu cargo por determinação do STJ após seu gabinete ser alvo de mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal (PF), na deflagração da “Expresso 150”, que investiga a venda de liminares nos plantões do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). 

Por meio do esquema, Deijair de Souza Silva, apontado como um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras, foi liberto após pagar R$ 150 mil. Na época da divulgação do escândalo, o ex-delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado no Ceará, Wellington Santiago, disse que a liminar a favor do criminoso foi emitida em julho de 2013. O esquema de Carlos Feitosa beneficiou pelo menos outros dois traficantes. 

Ubaldo e Fernando Feitosa também teriam se envolvido no esquema. Fernando teria organizado e liderado a associação criminosa e seria um dos intermediários do pai desembargador para as negociações com os advogados dos presos, conforme análise de materiais apreendidos na operação. Em um grupo de WhatsApp de um aparelho apreendido pela Polícia, Ubaldo negociava habeas corpus. 

A operação deflagrada pela Polícia Federal também tem como alvo outros membros do TJ-CE, como Sérgia Maria Mendonça Miranda, Francisco Pedrosa Teixeira e Váldsen da Silva Alves Pereira. Conforme a Procuradoria Geral da República (PGR), além de Carlos, Ubaldo e Fernando, Juliana Paula Abreu Lima Feitosa, também da família, foi denunciada. 
 
O POVO Online entrou em contato com dois advogados de defesa da família, mas não teve ligações atendidas. 
 
Redação O POVO Online