Último preso pela Chacina das Cajazeiras pode ser condenado a mais de 300 anos de prisão
Apontado como mandante, ele era o último foragido acusado da chacina que vitimou 14 pessoas, em janeiro
15:56 | Jul. 12, 2018
Último foragido a ser preso pela Chacina das Cajazeiras, Auricélio Sousa Freitas, 35 anos, pode ser condenado a até 368 anos de prisão, caso pegue a pena máxima pelos crimes de que é acusado. Ele foi preso nesta quarta-feira, 11, em Fortaleza, acusado de envolvimento com as 14 mortes da maior chacina da história do Ceará, no bairro Cajazeiras, no dia 27 de janeiro deste ano.
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Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta, 12, foi detalhada a prisão de Celinho. Ele é apontado como mandante da chacina e foi capturado ontem, quando trafegava na avenida Desembargador Moreira, no bairro Dionísio Torres, em veículo blindado de modelo Toyota Corolla.
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Leonardo Barreto, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), frisou que a prisão se deu por trabalho de inteligência policial e não foi uma abordagem aleatória ou coincidência. "Não foi sorte. Trabalhamos em cima de denúncias. A autuação foi feita em flagrante, por uso de documento falso".
Auricélio se apresentou usando documento no nome de Luís Carlos Domingos da Silva. "Era falsificação muito bem feita. Tínhamos indícios e abordamos aquele carro específico", reconheceu o coronel Henrique Bezerra, comandante do Batalhão de Choque da PM.
Pena
O acusado pode ser condenado a, no mínimo, 12 anos de prisão por homicídio qualificado. A pena pode se estender a 30 anos e é multiplicada por cada um dos 14 mortos na chacina. Ou seja, entre 168 e 360 anos. Além disso, a pena por integração à organização criminosa, pode ir de 3 a 8 anos. Com isso, a pena por condenação seria de pelo menos 171 anos de prisão a até 368 anos
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Celinho estava vivendo em apart hotel no Meireles, em Fortaleza. Com ele (nem no flat) não foram encontradas armas de fogo.
Ele já responde por furto qualificado, posse e porte ilegal de arma, roubo, tráfico de drogas, %u200Bhomicídio doloso e uso de documento falso (crime contra a fé pública). É investigado ainda por outros crimes.
Interrogatório sobre a chacina pode trazer novas informações sobre os crimes e sobre a facção Guardiões do Estado (GDE), da qual é um dos líderes.
Cajazeiras
Cinco meses depois da morte das 14 vítimas no Forró do Gago, foram presos 11 adultos; um adolescente foi apreendido. %u200BCelinho, ao lado dos criminosos Deijair de Sousa Santos (De Deus), Zaqueu Oliveira da Silva (o H2O) e os irmãos Misael de Paula Moreira (o Afeganistão) e Noé de Paula Moreira (o Gripe Suína), formariam o grupo que ordenou a matança.
Segundo as investigações da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar do Ceará (CIP), Celinho seria um “reconhecido traficante de drogas da GDE”. Ele dominaria o tráfico no bairro Barroso II e em assentamentos precários como as comunidades Unidos Venceremos, Babilônia e parte do Gereba. Na Chacina das Cajazeiras, teria sido responsável por repassar armas e escalar matadores.
Indiciados pelo ataque nas Cajazeiras, já haviam sido presos anteriormente Misael de Paula Moreira, 26; Deijair de Souza, 29; Noé de Paula Moreira, 34; Zaqueu Oliveira da Silva, 36; Pedro Paulo do Prado Sousa, 21; Rennam Gabriel da Silva, 20; Francisco Kelson Ferreira do Nascimento, 23; Ruan Dantas da Silva, 19, Fernando Alves de Santana, 26; Joel Anastácio de Freitas, 18; e adolescente, 17. São acusados como partícipes Ana Karine da Silva Aquino, 23; e Ayalla Duarte Cavalcante, 22.