Espera pela vacina contra H1N1 em clínicas chega a demorar mais que em postos
Nos postos de saúde, espera varia de 15 minutos a uma hora. Já na rede privada, chega a duas horas[FOTO1]
Com o atendimento dos postos de saúde direcionado aos grupos prioritários, na imunização contra a Influenza H1N1, a população tem migrado para clínicas particulares. O POVO Online percorreu pontos de vacinação neste quarto dia da campanha e observou discrepância no tempo de atendimento entre os serviços, que pode chegar ao dobro do tempo na rede privada.
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Enquanto nos postos o tempo de espera varia de acordo com a demanda - entre 15 minutos a uma hora - nas clínicas, o atendimento pode demorar até duas horas. A musicista Leila Saldanha, de 32 anos, recorreu à Clínica Dra. Núbia Jacó, na Aldeota, para levar a filha de 11 meses, que se encaixa no grupo prioritário. No entanto, enfrentou pelo menos uma hora e meia de fila. "Estou com um bebê de 11 meses e ainda tem 30 pessoas na minha frente, então eu não sei nem que horas eu vou sair daqui”, lamenta.
A média na clínica Núbia Jacó é de 1 mil vacinas por dia. O diretor médico João Cláudio Jacó conta que, geralmente, nessa época do ano são aplicadas aproximadamente 100. “Quinta, sexta, sábado e hoje tivemos que limitar o número de senhas por não dispor de tantas vacinas”, diz.
Por dia, são distribuídas uma média de 120 senhas, que correspondem a cerca de 500 vacinas, já que os números são distribuídos por família, e não por pessoa. Segundo ele, a média de espera tem sido de duas horas para o atendimento.
O POVO Online também visitou a clínica São Carlos Vacinas do shopping Riomar Fortaleza. Lá e nas outras duas unidades da mesma empresa o estoque está esgotado e só deve ser reposto nesta terça-feira, 24.
No Ceará, a campanha de vacinação envolve 30 mil profissionais em 2.388 postos fixosm, 1.100 postos volantes e 1.100 veículos terrestres, totalizando 126 mil doses.
Rotina da imunização
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No posto de Saúde Paulo Marcelo, no Centro, quatro salas de imunização dão conta de cerca de 1.400 pessoas por dia. Na tarde desta segunda, 23, filas tomavam a parte externa da unidade. Lá, as pessoas chegam a esperar cerca de 30 minutos a uma hora para serem vacinadas.
No Centro de Saúde Meireles, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará, as filas também chegam a ocupar as ruas e, segundo relato de pacientes, espera chega a uma hora. As filas também são grandes no Posto Dr. Luís Costa, no Benfica. Mais de 500 pessoas foram vacinadas nesta segunda-feira; de sexta para cá, foram 2.579 doses aplicadas em quatro salas que funcionam simultaneamente. O tempo de espera é de cerca de 10 a 30 minutos.
No posto Irmã Hercília Aragão, no bairro São João do Tauape, o fluxo de pessoas é constante, mas não chega a acumular filas grandes. A média de espera, segundo a gestora da unidade, Maria Eli Lima, é de 15 minutos. Isso se dá devido a uma troca de estratégia no posto, evitando usar o sistema computadorizado e voltando para o papel. “Sexta-feira não foi bom, teve paciente que chegou a esperar três horas. Estávamos fazendo tudo no sistema, mas no final da tarde já começamos a liberar no mapa”, relata.
Ela contabiliza que, das 5.000 vacinas recebidas, 3728 já foram aplicadas até o último domingo, 22, devendo o estoque acabar ainda nesta segunda-feira, 23. Ela afirma, no entanto, que a dose não deve faltar, já que o reabastecimento é automático. O posto tem recebido uma média de 1300 pacientes por dia, segundo ela, um número muito maior que o dos últimos anos.
“Antes a gente saia pedindo que o público [prioritário] estivesse se vacinando, hoje pacientes de 70, 80, 90 e tantos anos vindo, não tão nem esperando”, diz.
Quem é prioridade
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Nesta primeira etapa da campanha pela rede pública, estão sendo priorizadas pessoas idosas, crianças de seis meses a cinco anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas – e os funcionários do sistema prisional. Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais também devem se vacinar.
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