Desorganização nas filas no primeiro dia de vacinação nos postos gera confusão e reclamações
Na Escola de Saúde Pública do Ceará, no Meireles, onde a maior parte da fila era formada por idosos, foi relatado gente furando fila. Vacina previne contra o vírus H1N1
[FOTO1]A campanha de vacinação contra o vírus da Influenza no Ceará, que começaria na próxima segunda-feira, 23, foi antecipada para esta sexta-feira, 20. Em toda a cidade, pessoas que se enquadram nos grupos de risco foram aos postos de saúde para se vacinar. A grande procura resultou em horas de espera, com reclamações e confusão provocadas por quem quis tirar vantagem e furar fila.
No bairro Meireles, a fila de vacinação, predominantemente formada por idosos, ultrapassou as portas da Escola de Saúde Pública do Ceará. No caso do aposentado Raimundo Lavor, 68, a espera pela vacina durou por volta de duas horas. Ele conta que chegou no posto por volta das 7h30min, mas só conseguiu ser atendido às 9h30min. “Tem muita gente pra capacidade de atendimento do pessoal, só tem duas pessoas vacinando”, relata.
Para a decoradora Edivane Vasconcelos, 74, o maior problema é a desorganização. “Tem muita gente passando na frente, não tá sendo organizado”, reclama. A aposentada Marilene Vasconcelos, 71, que a acompanhava, confirmou. “Tem pessoa que traz não sei quantos, fica na fila e depois traz mais gente”, diz. O POVO Online acompanhou um momento de confusão, quando diversas pessoas se exaltaram com gritos devido a um intruso na fila.
[SAIBAMAIS]
Para os outros grupos de risco, a movimentação foi mais tranquila neste posto. Diversos pais não encontraram dificuldade em vacinar seus filhos. O fotógrafo Guilherme Duarte, 37, conta que o atendimento foi rápido. “A gente se assustou com o tamanho da fila lá fora pensando que fosse para criança também, mas era só para idoso”, diz. Os pequenos Bernardo, de 10 meses, e Heitor, de 1 ano e 8 meses, foram levados ao posto de vacinação por indicação de pediatra. “Resolvemos logo vacinar para ficar mais tranquilo, não ter nenhum perigo”, afirma.
No posto Pio XII, em bairro homônimo, o fluxo de pessoas estava mais tranquilo, mas ainda era maior que o normal. Praticamente todas as pessoas conseguiram assento para esperar a vez de vacinação, organizada por meio de senhas. A coordenadora da unidade, Berta Augusta, diz que, em média, foram recebidas 100 pessoas no dia. Segundo ela, até o momento, o posto havia recebido 500 doses da vacina, mas ela conta que outros lotes estão previstos, não correndo o perigo de acabar. Ela relata que, apesar da organização, o posto também teve alguns problemas com gente furando fila. “Tem pessoas querendo passar na frente, mas todos são prioridade”.
A aposentada Graça Ricarte, 65, foi ao posto ainda nesta segunda-feira com medo de o estoque da vacina acabar. “Eu tenho medo por conta da demanda, a gente tem que se prevenir é logo porque aí já tá garantida”, diz. Ela fala que escolheu a unidade por saber que ela é normalmente menos movimentada. “Cheguei agora, tô há pouco tempo esperando. Tirei a senha 86 e tá na 50 e pouco, então é só esperar”, ri.
No Centro, a fila do posto de saúde Paulo Marcelo também passava da fachada. A dona de casa Lurdiane Barbosa, 39, diz que, apesar da fila no início, o atendimento foi bom. “Tava bem tumultuado no início mas logo separam as crianças e gestantes em uma sala e foi tranquilo”.