Adeptos do paganismo têm grupo em Fortaleza
A página Fortaleza Pagã têm 530 curtidas no Facebook. Participantes se encontram mensalmente para realizar práticas ligadas às tradições pagãs
09:20 | Jan. 17, 2018
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Ainda que Fortaleza seja uma cidade prioritariamente católica - segundo o Censo de 2017, 1.664.521 pessoas se declararam praticantes da religião - existe espaço para quem queira enveredar para práticas espirituais não tão convencionais. O culto à natureza e às divindades da mitologia greco-romana é feito na Capital em grupos como o Fortaleza Pagã, que completou um ano nesta terça-feira, 16.
O paganismo é um termo utilizado para denominar tradições religiosas politeístas. Não se trata de apenas uma religião, mas de uma cultura, uma espiritualidade, na qual várias práticas religiosas se inserem. O termo tem origens anteriores ao cristianismo e é utilizado historicamente se referindo à mitologia greco-romana. A espiritualidade também tem forte ligação com a natureza, com radical imanência divina em fenômenos naturais, deuses e ancestralidades.
[FOTO2]Na página do Facebook, 531 pessoas apoiam a iniciativa da Fortaleza Pagã. A participação durante os encontros mensais é entre 20 e 25 pessoas, segundo Félix Atalos, um dos idealizadores do projeto e colunista do Specula, um blog sobre paganismo. De acordo com ele, o objetivo da iniciativa foi de “levar um ensino de qualidade sobre o que é o paganismo, levar conhecimentos mágicos, científicos e históricos mais especializado e embasados” para os praticantes de religiões pagãs. Nos encontros do grupo, os pagãos participam de palestras, oficinas de trabalhos manuais, celebrações e ritos religiosos.
“O paganismo, na verdade, é um termo extremamente plural: é tudo e qualquer coisa que não seja o cristianismo. Resumidamente, são todas as religiões que têm uma ideia imanente das divindades”, explica Félix. O organizador fala que existem em Fortaleza vários grupos que praticam essas religiões. A proposta do Fortaleza Pagã foi de juntar todo mundo - o projeto é gerido pelos grupos Lua Negra, Tradição Diânica do Brasil e Teia de Circe - e fazer eventos mais plurais.
[FOTO3]Para o professor de inglês Roberto Tabosa, pagão há oito anos e um dos organizadores do Fortaleza Pagã, o paganismo significa “enxergar a vida e a terra como sagrados”. “É celebrar o meu corpo e o corpo da Terra e descobrir uma harmonia entre eu e a natureza”, diz. O jovem, de 28 anos, já havia praticado outras religiões, tendo sido criado em família católica. Descobriu o Wicca, religião da qual é praticante, durante sua adolescência, quando começou a questionar religiosidades convencionais. Hoje realiza práticas voltadas à bruxaria.
O Fortaleza Pagã realiza encontros mensalmente, sempre no primeiro dia do mês. Atualmente, o grupo conta com uma parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), utilizando o campus do Labomar como espaço para as reuniões.
Serviço
Fortaleza Pagã
Data: Todo primeiro domingo do mês, às 13h30min
Local: Campus Labomar da Universidade Federal do Ceará (Av. da Abolição, 3207 - Meireles)
Acesso gratuito
https://www.facebook.com/fortalezapaga/