"Ele foi covardemente assassinado pela pessoa que ele mais confiava", diz Francileudo durante julgamento
"Só quero Justiça. Um garoto de nove anos, ele foi covardemente assassinado pela pessoa que ele mais confiava. Porque ela o envenenou e ficou olhando. Não senti dor e espero que ele não tenha sentido nada. Só quero que ela pague e eu vou seguir minha vida com a família que me restou", relatou o subtenente Francileudo Bezerra, durante o julgamento da ex-companheira Cristiane Renata Coelho, na manhã desta terça-feira, 28.
O julgamento acontece três anos após o crime que foi registrado no dia 11 de novembro de 2014. Na ação o filho de Cristiane e Francileudo morreu vítima de envenenamento. O subtenente permaneceu em coma enquanto a esposa o acusava de ser u autor do crime, no entanto a melhora de Francileudo fez com que a Polícia chegasse à conclusão que Cristiane planejou e executou o crime.
A defesa de Cristiane e a própria ré pediram para que ela não comparecesse ao fórum. Segundo o promotor de Justiça André Clark, a defesa de Cristiane não pediu testemunhas, apenas certidão de antecedentes criminais.
“A defesa pediu que a acusada não viesse e o juiz teve o cuidado de procurar saber se ela própria pedia isso, então a defesa enviou um documento assinado por ela afirmando que não quer estar presente. É pouco comum, normalmente o acusado quer vir dar a sua versão”, relata.
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Durante o caso o advogado de defesa de Cristiane era Paulo Quezado, mas atualmente a família procurou dois advogados de Recife, que estão atuando. Segundo o promotor que iniciou o caso, Humberto Ibiapina, a sessão do júri é a primeira, no entanto se Cristiane for condenada ou absolvida poderá existir uma segunda sessão.
Conforme Humberto, o Ministério Público espera a Justiça, que seria a condenação da ré por homicídio com qualificadoras de torpeza, crueldade e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O advogado de Francileudo, Walmir Medeiros, fez perguntas ao subtenente, assim como os dois promotores de Justiça. Na ocasião, Francileudo comentou sobre detalhes de como conheceu a ex-esposa, da decisão do casal por morar em Fortaleza, do dia do crime e da sua recuperação.
Indagado sobre arrependimento de ter se envolvido com Cristiane, o subtenente disse que não havia arrependimento de ter casado com a ré, pois sem ela ele não poderia ter convivido com o filho durante nove anos.
Francileudo disse que o arrependimento que sentia é de não ter percebido os sinais de que a ex-companheira estava prestes a cometer um crime. Ele ainda relatou que, se soubesse do interesse dela em matar a família, teria "comprado" a guarda das crianças dando uma pensão a ela.
O delegado Wilder Brito, que acompanhou o caso, relatou que o crime, em novembro de 2014, chegou por meio da mídia como se o subtenente tivesse espancado e assassinado a esposa e o filho, em seguida tentado o suicídio. A versão era de Cristiane e Francileudo, mesmo em coma, foi autuado em flagrante, pelo delegado plantonista do 11º DP, que atendeu o caso inicialmente.
Quando começou a ouvir Cristiane, a princípio como vítima, o delegado diz que percebeu inúmeras divergências no depoimento dela com o de vizinhos e outras pessoas. A mensagem de despedida no facebook de Francileudo possuía uma linguagem diferente da que um homem utiliza.
O delegado afirma que, ainda com Francileudo em coma, a mensagem foi editada, e ele descobriu que o celular dele estava em posse de Cristiane. Ela ainda disse que havia apagado as redes sociais do marido, no entanto Wilder Brito diz que a desconfiança só aumentou, pois indagada se possuía a senha, Cristiane negou, mas apagar redes sociais só é possível quando se coloca a senha.
O caso
Cristiane Renata Coelho, de 41 anos é acusada do assassinato do filho autista, de nove anos, por envenenamento e pela tentativa de homicídio contra o esposo, subtenente Francileudo.
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