Participamos do

Delegado acredita que assaltantes do Banco Central teriam participado das escavações do túnel em São Paulo

Assaltantes que participaram do furto milionário ao Banco Central de Fortaleza, em 2005, podem estar entre os presos que cavaram túnel para roubar o Banco do Brasil em São Paulo
13:27 | Out. 04, 2017
Autor Demitri Túlio
Foto do autor
Demitri Túlio Repórter investigativo
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
Alguns integrantes da quadrilha, presa após escavar um túnel para furtar o Banco do Brasil em São Paulo, na última segunda-feira, teriam participado do furto milionário ao Banco Central (BC), em Fortaleza, em agosto de 2005. O delegado Fábio Pinheiro Lopes, responsável pelas investigações, acredita que parte do grupo esteve no Ceará e noutras “investidas” criminosas semelhantes. A exemplo do roubo ao Itaú, em 2011, também em São Paulo, e no assalto à transportadora de valores Prosegur, em Ciudad del Este, no Paraguai em abril deste ano.

Boa parte do grupo que cavou o túnel do Banco Central em Fortaleza, de onde foram levados R$ 164,8 milhões, já está solta. Decisões de alguns desembargadores do Tribunal Federal da 5ª Região (TRF-5), em Recife, extinguiram a pena organização criminosa.

O cearense Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, um dos líderes do roubo ao Banco Central no Ceará foi o primeiro que se beneficiou das sentenças do TRF-5 contra as condenações determinadas pelo juiz Danilo Fontenele – da 11ª Vara Federal de Fortaleza.

Em fevereiro deste ano, a advogada Erbênia Rodrigues conseguiu livrar Alemão de 80 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime fechado. O TRF-5 entendeu que era nulo o crime de “lavagem de dinheiro praticado por organização criminosa”.

O assaltante cearense, que pertence ao Primeiro Comando da Capital (PCC) segundo o delegado federal Antônio Celso – responsável pela investigação do furto ao Banco Central, só não foi solto porque respondia a outros processos. Mas vários bandidos do BC conseguiram a liberdade.

FUGA EM FORTALEZA

Mesmo com a pena extinta e ser um preso de bom comportamento no presídio de Pacatuba (CE), Alemão tentou fugir em agosto deste ano. Uma “surpresa” até para a advogada Erbênia Rodrigues. À época, ele afirmou que havia pedido a progressão do regime fechado do cliente e o pedido estava sendo analisado pela 1ª Vara de Execuções Penais de Fortaleza. Alemão terminou baleado na ação.

Após a tentativa de fuga, um delegado federal ouvido pelo O POVO afirmou que o episódio poderia estar ligado a uma grande ação que o PCC estaria planejando contra autoridades ou outro grande assalto. Um alerta informal teria sido disparado para as superintendências de Fortaleza e Brasília, mas encarado como improváveis as possibilidades.

SÃO PAULO   

Na última segunda-feira, se utilizando da mesma engenharia criminosa, 16 assaltantes foram presos tentando entrar no cofre do Banco do Brasil de São Paulo. De acordo com o delegado Fábio Pinheiro Lopes, da Delegacia de Roubos a Banco do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em quatro meses a quadrilha cavou 500 metros. Um túnel que possibilitaria o roubo de R$ 1 bilhão. Cada bandido, segundo o policial, teria “calçado” (empregado) R$ 200 mil para a consolidação do furto – que seria o maior do mundo. Dos 16 presos, apenas dois nomes foram divulgados. Nenhum deles esteve no furto ao BC de Fortaleza.   
 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente