Público feminino ultrapassa o masculino no empreendedorismo
Segundo Sebrae, GEM e Anuário do Trabalho nos Pequenos Negócios, desde 2017, a quantidade de mulheres que estão montando o próprio negócio é superior à de homens. Especialista argumenta que fenômeno é tendênciaUm olhar panorâmico a diversos segmentos do setor produtivo denuncia: o público feminino ocupa cada vez mais espaços no mercado de trabalho. Levantamento nacional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em conjunto com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e com o Anuário do Trabalho nos Pequenos Negócios divulgado em 2018 aponta que, desde 2017, o público feminino supera o masculino na abertura de empresas. O estudo mostra também que mulheres compõem maioria entre os trabalhadores com carteira assinada nos pequenos negócios.
Mestre em Negócios Internacionais, Marta Capelo explica que, naturalmente, cresce o fenômeno do público feminino ocupando posições estratégicas em empresas e se lançando no mercado autônomo. “As mulheres estão, até por uma razão muito justa e contundente, buscando seu espaço. É normal que isso aconteça e que obtenham êxito, pois elas costumam ter o que chamamos de veia empreendedora”, argumenta.
Segundo Marta, o crescimento do número de mulheres em áreas como mercado financeiro, ocupando cargos de gerente ou diretora, moda e beleza é notório. “É interessante observar que essa perspectiva empreendedora não se dá somente na abertura de novos negócios. Elas podem, a partir de modos inovadores de gerir, por exemplo, ser referencial de empreendedorismo em seus locais de trabalho.”
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Relatório da GEM, realizado no Brasil pelo Sebrae nacional em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), mostra que em 2017 a quantidade de empreendedores brasileiros entre 18 e 34 anos cresceu. Segundo o estudo, cerca de 15 milhões de pessoas nesse intervalo etário estão informando-se de como criar um negócio, ou já têm empresa com até três anos e meio de atividade. O quantitativo, quando comparado a 2016, revela que houve aumento de 7%.
A pesquisa mostra também que um em cada três brasileiros de 18 a 64 anos é empreendedor ou está em vias de abertura de empresa própria. Marta esclarece que um dos fatores que contribuem para esse cenário são as incertezas que giram em torno do mercado de trabalho, e que a tecnologia é um dos fatores de estímulo para que o empreendedorismo fortaleça-se de maneira ininterrupta no país.
“Hoje em dia, o emprego está muito arriscado, pois a tendência é de que empresas sejam extintas ou substituídas. A tecnologia está fazendo com que aconteçam mudanças, o que colabora com esse potencial. Temos que considerar também que muitas pessoas empreendem pensando em realizar um sonho profissional, fazer aquilo de que gostam.”
Marta pontua ainda que, em razão da dinamicidade em que a sociedade está inserida, o comportamento das pessoas tende a ser inovador e que, graças a essa ebulição, o conceito de empreendedorismo estará sempre mudando. “A concorrência é uma determinante que faz com que o mercado precise ser cada vez mais inovador. Então, o conceito de empreendedorismo nunca será estanque. Vale sempre a pena investir, pensar diferente.”
*Marta Campelo é analista da unidade de Gestão e Desenvolvimento de Soluções do Sebrae/CE.
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