Autoconhecimento é essencial para a vida profissional

Adequar as emoções a cada contexto, desenvolver as potencialidades, saber lidar com situações de estresse são habilidades adquiridas com o autoconhecimento e que impactam positivamente no sucesso profissional

09:06 | Out. 04, 2017

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Adequar as emoções a cada contexto, desenvolver as potencialidades, saber lidar com situações de estresse são habilidades adquiridas com o autoconhecimento e que impactam positivamente no sucesso profissional

 

Habilidade de comunicação, relacionamento interpessoal e liderança são aspectos cada vez mais procurados pelas empresas nos profissionais em seleções. “As pessoas entram nas empresas pela competência técnica, mas saem pela competência comportamental”, adverte Flávia Ibiapina, que é orientadora profissional e de carreira. Para a psicóloga, respostas não adequadas ao contexto podem prejudicar a empresa e os resultados do setor.

 

Flávia, inclusive, atende pessoas que buscam mais conexão com o trabalho, seja porque não fizeram a escolha correta e procuram nova profissão ou porque querem se desenvolver para alavancar a carreira. Adoecimento e associação do trabalho a algo ruim são consequências frequentes quando há falta de sentido na atuação profissional, observa a psicóloga. Assim, ela defende o autoconhecimento como primordial para alinhar os valores e o propósito de vida da pessoa com o trabalho escolhido.

 

A também analista de gestão de pessoas da C. Rolim Engenharia explica que a autopercepção permite ao profissional ter mais habilidades para lidar com situações estressoras. Porém, não há “receita”, uma vez que os desafios serão diferentes para cada pessoa.

 

Neurolinguística

 

Para a diretora da Escola de Ciências Comportamentais e terapeuta holística, Magui Guimarães, ser assertivo e preciso na escolha das palavras pensadas e faladas é uma arte a ser aprendida. Magui trabalha com a ferramenta da Programação Neurolinguística (PNL), que estuda o impacto que a palavra gera no sistema nervoso. “O efeito da frase ‘não quero ser uma pessoa ruim’ é diferente da frase ‘eu quero ser uma pessoa boa’”, exemplifica. 

 

Como “seres linguísticos”, a terapeuta explica que utilizar bem as palavras para descrever os processos internos contribui para melhorar o relacionamento consigo mesmo e com os outros, além de gerar mais qualidade de vida. Com 25 anos de experiência na área comportamental, Magui reconhece que as emoções dão vida à comunicação, mas precisam ser dosadas na medida certa, “assim como o sal na comida”.

 

Segundo a profissional, que já trabalhou com empresas como Petrobras, Embrapa, Unimed, Justiça Federal, o excesso de energia emocional elimina a racionalidade necessária para a resolução produtiva de problemas. “Pessoas irracionais criam um clima de tensão, fazendo com que o lucro da empresa desça pelo ralo”, alerta.

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Padrões de personalidade

 

O Eneagrama é outra ferramenta utilizada para quem busca o autoconhecimento no âmbito profissional. O instrumento compreende a personalidade humana sob nove padrões, com potencialidades e limitações, e oferece caminhos para neutralizar os comportamentos indesejados.

 

Paulo Regis, que é professor de Eneagrama e estuda a técnica há 15 anos, explica que o instrumento não é um simples teste, mas uma autoinvestigação subjetiva, constituindo um modelo dinâmico e completo. Como exemplo de personalidade, ele cita o tipo 1, que caracteriza o perfeccionista. O potencial desse padrão é uma pessoa que busca constante aperfeiçoamento, tem o desejo de alma em melhorar o ambiente e as pessoas, preza pela qualidade do trabalho, ética, respeito, honestidade, justiça.

 

Porém, a limitação no tipo 1 ocorre quando há exagero e a pessoa é denominada pelo padrão. Torna-se exageradamente perfeccionista, exigente, “cri cri”, sofrendo com a autoexigência e criticando demais o ambiente onde está. “Pode se tornar uma pessoa estressada, tensa. Não vai conseguir colocar em prática o talento. As pessoas vão se afastar, vai se tornar chata”, aponta Paulo.