Participamos do

Como empreender nas novas economias?

As novas economias exigem uma dinâmica diferente de trabalho e de perfil de empreendedor. Para crescer nos novos modelos de negócio, os empreendedores precisam exercitar a colaboração e o compartilhamento
06:50 | Set. 28, 2017
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

As novas economias exigem uma dinâmica diferente de trabalho e de perfil de empreendedor. Para crescer nos novos modelos de negócio, os empreendedores precisam exercitar a colaboração e o compartilhamento

 

A futurista e pioneira em novas economias, Lala Deheinzelin explica que o mundo não atravessa uma crise, mas uma transição de modelo, a maior já experimentada pela humanidade. Transição que resulta da vida em rede e que proporciona uma dinâmica exponencial. “Significa que é tudo muito rápido e em grande quantidade, portanto impossível de resolver sozinho.” A colaboração é que o permite, portanto, ser exponencial.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

 

Lala, que já trabalhou para as Nações Unidas na formulação de políticas públicas, é considerada uma das 100 mulheres no mundo que estão cocriando a nova sociedade e economia. Com toda a expertise, a paulista criou um novo campo do conhecimento chamado Fluxonomia 4D, que combina futurismo (estudo do futuro) e as novas economias (criativa, compartilhada, colaborativa e multivalores).

 

A economia criativa envolve projetos que cuidam de algo e cujo valor está no intangível, na história, no significado, nas relações. A compartilhada prevê a divisão de infraestrutura para quem precisa utilizar os serviços/produtos, sem necessidade de posse. Já a colaborativa está relacionada com a gestão coletiva de um negócio, resolvendo um problema com a participação de várias pessoas cuidando de parte do trabalho. A última, multivalores, avalia negócios que não usam apenas o dinheiro, mas outros tipos de moedas, como tempo, conhecimento e relações, gerando resultados culturais ambientais, sociais e financeiros.

[FOTO2]

Mundo em transição

 

Diante do mundo em transição, Lala prevê que não haverá mais emprego, e sim trabalho, o que requer pessoas empreendedoras, com espírito de colaboração.

 

Para empreender nas novas economias, a futurista aconselha três passos:

 

     1. Compreender o presente - saber empreender de forma colaborativa;

     2. Compreender o futuro - investir em empreendimentos ligados ao cuidar, porque serão úteis para as pessoas, com maior capacidade de sobrevivência e maior valor agregado;

     3. Criar o futuro - materializar o que percebeu como futuro desejável, combinando as quatro novas economias.

Empreendedora independente

 

Mairta Oliveira, 52 anos, é uma fluxonomista empreendedora. Em busca de uma nova profissão para quando se aposentar do serviço público, ela decidiu fazer o curso com Lala Deheinzelin. A servidora conta que a principal mudança de visão foi perceber que pode inovar a partir de si mesma. “Essa integração de quem eu sou, para empreender a partir da minha própria trajetória, foi o que me deu clareza de que eu tinha já o suficiente para empreender”, revela.

 

Durante o curso, Mairta criou o Confluir, projeto que busca reeditar histórias com as ferramentas da Fluxonomia e da Constelação Familiar, trazendo mais propósito para a vida pessoal e profissional do cliente. Com a rede de contatos ampliada, hoje trabalha em colaboração com iniciativas de outros estados. “As novas economias abriram esse espaço de crescimento, ampliando os clientes, parcerias, através desse compartilhamento, colaboração e das novas moedas”, reflete.

Coworking

 

A economia compartilhada foi o negócio empreendido por Glauber Abreu, 33 anos, como alternativa ao serviço público. Há quatro anos, ele é sócio-diretor da empresa For Coworking e atualmente vice-presidente da Associação Rede Coworking Ceará. O negócio conta com duas sedes, oferecendo além do escritório compartilhado, salas privativas e serviço de escritório virtual. “Temos também o serviço de endereço fiscal, que já é uma atividade regulamentada pela Prefeitura de Fortaleza”, explica.

 

Para empreender, Glauber participou de capacitações no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pesquisou mercado e conheceu outros espaços no mesmo modelo de negócio. “Vimos que era um negócio promissor quando a gente conheceu mais sobre essa cultura”, lembra. Apostando no crescimento dessa nova economia, Glauber defende que o compartilhamento é o futuro da prestação de serviços. “Essa onda de trabalho, essa colaboração, veio realmente para ficar.”

[FOTO1]

 

Segundo o Censo Coworking Brasil 2017, houve o crescimento de 114% de espaços de coworking no País em comparação a 2016. Fortaleza ocupa a 6ª posição do ranking por cidades, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Porém, o coworking ainda é uma forma de trabalho pouco conhecida pelo cearense, aponta Glauber. “Aqui em Fortaleza ainda percebemos a tendência de as pessoas quererem só o seu espaço. A gente veio para mostrar que o compartilhar é melhor, porque todos ganham”.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags