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O uso de dados pelas marcas não pode ser invasivo

69% dos consumidores abandonariam marcas que utilizam seus dados de forma invasiva para gerar anúncios, mostra estudo da Accenture
01:30 | Nov. 22, 2019
Autor Bruna Damasceno
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Bruna Damasceno Repórter no OPOVO
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Tipo Notícia

Se deparar com a publicidades de um produto após pesquisá-lo na internet pode até parecer coincidência no primeiro momento. Mas a repetição dessa propaganda que se espalha em diversas plataformas de navegação logo demonstra como a coleta de informações interfere na rotina de consumo. Por um lado, as empresas têm ferramentas importantes para atrair o público-alvo, apresentar soluções e ofertas. Já para o cliente, essa estratégia se transforma em uma insistência inconveniente. Uma percepção decisiva na hora da compra. Conforme estudo Consumer Pulse 2019, da Accenture Interactive See People, 69% dos consumidores abandonariam as marcas que utilizam seus dados de forma invasiva para gerar anúncios.

Para o levantamento, foram ouvidos 8 mil compradores na Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Suécia. O objetivo é compreender as experiências e preferências em relação às publicidades digitais e na interação com o empreendimento, varejistas e provedores de serviços. Especialistas explicam que, no Ceará, o recurso ainda é pouco utilizado.

"A gente trabalha de forma tímida a questão de dados, é muito embrionário e ocorre mais em grandes corporações", explica Thiago Façanha, diretor de atendimento Mulato Comunicação. Para ele, os dados podem ser utilizados de forma eficaz e sem invasão. "Hoje em dia, as pessoas fogem de propaganda, não querem a venda, querem comprar. Algumas empresas não respeitam esse limite", aponta, destacando que há caminhos para usar a tecnologia sem provocar um "efeito rebote'.

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Façanha pondera que é necessário oferecer um atendimento e serviço menos robóticos e mais humano e sempre com bom-senso. A pressão para o consumidor comprar, explica, gera uma barreira ainda maior para a compra, passando uma imagem negativa da empresa.

Thiago Peixoto, sócio-diretor operacional da agência de marketing digital Convertte, reitera que o impacto dessa conduta é negativa. "Ocorre muito com telefonia e assinaturas, não sabem onde conseguem os dados, não tem uma transparência, estão criando um mecanismo para isso e ainda é muito vago o que fazem com os dados e pedem dados como e-mails, telefone,e stá uma guerra de informação. No entanto, há uma rejeição", afirma.

Peixoto destaca que o cliente é o tempo todo "bombardeado" por esses anúncios, gerando um incômodo. Algo que também sai mais caro para os negócios, além do efeito contrário. "Quando faz-se uma campanha, o valor de investimento é alto. Se você erra a mão, o clique vai ficando mais cara depois de certo nível de investimento", complementa.

O estudo também mostra que cerca de 73% dos consumidores estão dispostos a compartilhar informações pessoais se as marcas forem transparentes em relação ao uso que farão delas.

Entre os consumidores que afirmam que uma marca se comunicou com eles de forma excessivamente pessoal, mais de 71% tiveram essa impressão porque a marca tinha informações sobre suas famílias que eles não tinham compartilhado diretamente.

Mais de 75% não estão confortáveis com a coleta de dados via microfone ou assistente de voz e 51% afirmam que o número de anúncios invasivos está crescendo. Quase 30% dos consumidores conhecem uma marca que foi "longe demais". Já 93% dos consumidores concordam que é importante que toda interação com a marca seja "excelente".

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