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Direção preventiva e defensiva: como manter a segurança no trânsito

Confira dicas para evitar infrações e sinistros pelas vias da Capital

Para manter o trânsito seguro e evitar acidentes, é preciso que todos os envolvidos - pedestres, ciclistas e condutores dos mais diversos tipos de veículos - cooperem. No entanto, é fato que boa parte dos acidentes pode ser evitada se motoristas e motociclistas se atentarem a técnicas de direção preventiva e direção defensiva - na prática, duas formas distintas de dirigir, mas que são complementares e essenciais a todos os condutores.

Segundo Roberto Garcia, educador e agente de trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) de Fortaleza, ambos os tipos de direção buscam evitar sinistros, sendo que o primeiro tem como foco evitar riscos e o segundo, saber como lidar diante de problemas no trânsito. “Fazer a manutenção preventiva do veículo, manter uma distância de segurança, evitar freadas bruscas - tudo isso faz parte da direção preventiva. Já a defensiva deve ser utilizada quando o condutor se envolve em uma situação de risco e precisa sair dela”, explica.

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De acordo com Garcia, além das práticas já citadas, fazem parte da direção preventiva outros hábitos relacionados ao comportamento no trânsito, como o respeito às normas de circulação e conduta. “Hoje um dos comportamentos mais nocivos que temos é o uso do celular, que é a principal infração cometida em Fortaleza. O simples fato de não usá-lo na direção já é uma técnica de direção preventiva: manter a atenção totalmente no trânsito”, completa o agente.

A Capital, apesar de ter reduzido o número de sinistros fatais durante a pandemia - em 2021, sinistros de trânsito saíram da lista que elenca os 15 principais fatores de morte na cidade; em 2020, figuravam na 14ª posição, apesar das medidas de isolamento social -, ainda enfrenta um problema em relação ao excesso de velocidade nas vias já que, muitas vezes, os condutores de Fortaleza são agressivos na velocidade e na ultrapassagem.

Motociclistas, principalmente, costumam fazer ultrapassagens perigosas e figuram entre os índices mais altos de acidentes: são 71% das vítimas lesionadas e 48% das vítimas de acidentes fatais.

É justamente nesse cenário que as técnicas de direção defensiva podem ser aplicadas. Outra situação muito comum em que elas podem ser úteis, conta Roberto, é quando uma criança ou um cachorro atravessa a rua de forma inesperada e o motorista precisa executar uma manobra rápida para evitar o atropelamento e manter a estabilidade do veículo.

“É preciso ter cuidado ao se fazer uma mudança de direção. O mesmo vale para quando o pneu fura: não se pode pisar bruscamente no freio, ou há risco de capotar o veículo”, pontua.

Para ciclistas, estrutura melhorou, mas falta cuidado dos motoristas

Há cinco anos, a bicicleta faz parte do cotidiano do profissional de marketing e produtor cultural Vannuccy Neves, 33. Seu carinho pelo ciclismo começou na infância, quando andava de bike com o pai e o irmão, e aumentou quando resolveu começar a utilizar o modal para ir ao trabalho. "Hoje em dia nem tenho mais carro. Uso a bike para trabalhar, me divirto, treino, compito, viajo", conta.

Mas nem toda pedalada é sinônimo de alegria. Apesar de destacar que houve evolução no trânsito nos últimos anos no que diz respeito à segurança dos ciclistas, Vannuccy já passou por várias situações perigosas no trânsito devido a motoristas que não respeitam as ciclofaixas e os ciclistas. Em uma das vezes, foi perseguido, teve a bicicleta chutada e se machucou gravemente. O desrespeito fez com que despertasse para o cicloativismo.

"Passei a me comunicar mais no trânsito, reclamar quando vejo algo errado. Isso é algo que traz um pouco de insegurança também", lamenta. Mas a luta também traz resultados: em um caso, já conseguiu fazer com que um condomínio de luxo fizesse uma reforma para que veículos parassem de estacionar na ciclofaixa, trazendo perigo aos ciclistas. "Era meu caminho para o trabalho e todos os dias tinha um caminhão carregando ou descarregando algo. Então eu comecei a fazer barulho todos os dias", lembra.

Para ele, no entanto, o movimento não pode partir só dos ciclistas. É preciso que os motoristas também abracem a causa, que beneficia não só quem anda de bicicleta, mas todos que circulam pela cidade.

“Independentemente de onde eu estiver, eu não ando na calçada, porque eu sei que a calçada é para o pedestre ficar mais tranquilo. Isso também tem que ocorrer com o motorista. Quando a gente tiver mais empatia, vai ser melhor tanto para o ciclista, quanto para o pedestre e mesmo para o motorista, que vai contar com a empatia dos outros motoristas”, ressalta.

SERVIÇO

Trânsito Seguro Já

O projeto "Trânsito Seguro Já" engloba uma série de conteúdo editoriais relacionados ao trânsito seguro, através do promoção e incentivo do debate de assuntos relacionados à prevenção de acidentes no trânsito.

Confira as próximas ações:

Quarta-feira, 14/9

- Publicação de material sobre responsabilidades e direitos do cidadão no trânsito na versão imprensa e no portal do O POVO

- Publicação de e-book no portal do O POVO

- Live no canal do YouTube do O POVO às 15 horas

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