Segurança: elemento essencial ao se planejar um evento
Da ideia à execução e à desmontagem, segurança é peça fundamental ao se realizar um evento. Sem regras rígidas que se apliquem a todos os casos, cada situação demanda um planejamento diferenciado
08:00 | Out. 23, 2017
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Quem vai a uma festa, a uma feira ou a um congresso nem sempre sabe todos os detalhes necessários para se planejar a segurança de um evento. A legislação, que pode mudar de acordo com a cidade ou com o estado em que ele será realizado, deve ser consultada com antecedência, pois, dependendo do porte, do tipo e do local, são necessários diferentes documentos - como alvará e laudo técnico de segurança. Além disso, na hora de contratar uma equipe especializada não existe uma “receita” definida para resolver a problemática, pois cada evento demanda estratégias e equipamentos diferenciados.
Segundo João Paulo Ferreira, coordenador de segurança corporativa do grupo Servis, o primeiro passo para garantir a segurança é fazer um dimensionamento correto para que se tenha noção de quais recursos serão necessários para cada situação, seja um show ou um evento esportivo, em local aberto ou fechado. Além da equipe de segurança, ele acrescenta que todo evento deve ter brigada de incêndio e recursos de primeiros socorros.
De acordo com a cartilha Evento Seguro, desenvolvida pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC BRASIL), logo no início do planejamento o organizador deve desenvolver uma política de segurança, que traça diretrizes de como serão utilizados os recursos técnicos, humanos e organizacionais e dá base à maneira como atitudes serão adotadas para que o evento transcorra conforme o planejado. É o caso da postura a ser adotada para combater furtos, tratar público e patrocinadores, controlar entrada, entre outros.
O documento explica, ainda, que as condições dos ambientes interno e externo da área onde ocorrerá o evento devem ser estudadas a fim de identificar os possíveis riscos. Eles estão divididos em quatro categorias: riscos humanos, como furto, vandalismo e assédios; técnicos, relacionados à má manutenção de estruturas e equipamentos; naturais, como tempestades, terremotos etc; e biológicos, que expõem o público a intoxicação ou contaminação por microorganismos.
A estrutura ideal
Conforme explica Ferreira, não existe uma “receita de bolo” para se montar um esquema de segurança em eventos. A estrutura ideal vai depender do porte, da faixa etária do público, do local em que será realizado, do tipo de evento e dos recursos utilizados, entre outras variáveis. “As pessoas perguntam quantos vigilantes são necessários para um evento com 200 pessoas. Mas a conta não é assim. É a quantidade de acessos, se vai haver controle de acesso ou não, se vai ter bebida alcoólica, se vai ter uso de algum tipo de artifício pirotécnico”, exemplifica. Com base nessa planta apresentada pela organização é que é montado o plano de segurança.
Em relação à estrutura do evento, uma dessas variáveis é se o ambiente é fechado ou aberto. Em caso de locais fechados, por exemplo, o número de vigilantes necessários costuma ser menor. “Se for em local aberto, em que se precisa usar os próprios vigilantes para direcionar o público, é necessária uma quantidade maior”, complementa. Assim como é observada também a maneira como será feito o controle do acesso a cada evento. “As pessoas vão entrar por meio de um leitor de crachá ou de um leitor biométrico, com um controle já feito anteriormente?”.
Atenção antes, durante e depois
Todo o esquema de segurança divide-se em três etapas: o pré-evento, o evento propriamente dito e o pós-evento. O “antes” diz respeito às análises de risco, à seleção das equipes e ao atendimento aos clientes internos; assim como à montagem de toda a estrutura necessária. Segundo o coordenador, a equipe de segurança entra nessa fase para garantir que não haverá danos aos equipamentos que serão utilizados durante o evento. “Se for um evento musical, terá todo o cuidado com os instrumentos e com os materiais que serão necessários para o show”, ilustra João Paulo Ferreira.
Com o sucesso de toda a programação, chega a hora da desmontagem das instalações e da entrega do espaço. É nesse momento em que acontece a saída do público e dos artistas, o controle do patrimônio e o inventário de devolução do local. Nessa etapa, assim como na primeira, haverá o controle das pessoas que terão acesso às áreas para garantir que tudo ocorra da melhor maneira. “Em alguns lugares, uma das exigências para que ocorra esse tipo de atividades é que tanto a segurança quanto a brigada de incêndio estejam presentes no pré-evento, no evento e no pós-evento”, afirma o coordenador.
Cuidado de quem está na plateia
Já para quem está aproveitando a programação, Ferreira indica que as orientações de segurança informadas pela organização do evento sejam seguidas à risca. Afinal, para cada instrução foi feita uma análise. Por isso, é importante que o público esteja atento às vias de acesso, aos locais seguros e às sinalizações de saída. “Existe um planejamento justamente para isso. Fazemos um plano de abandono e um plano de contingência visando a garantia da segurança do público”, finaliza.