"A escola vai à Câmara" beneficia a sociedade ao incentivar a participação dos jovens na política
A experiência de ser vereador por um dia na Câmara Municipal de Fortaleza possibilitou uma participação mais efetiva dos estudantes nos debates em sala de aulaNo Brasil, atualmente, existe um cenário de descredibilização da democracia, que ganhou contornos ainda mais expressivos entre a juventude. Diante desse sentimento de desconfiança, é de suma relevância a promoção de ações que fomentem conhecimentos em relação ao processo político, principalmente aos jovens.
Com o intuito de incentivar a educação política, nas duas edições do projeto “Político, eu!?! foi realizado o concurso “A escola vai à Câmara”. A iniciativa levou estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental da Rede Pública à Câmara Municipal de Fortaleza para a apresentação de um projeto de lei. Durante a visita, os jovens viveram a experiência de ser vereador por um dia.
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O projeto despertou nos alunos o interesse de participarem ativamente da política. É o que ressalta o professor Everton Pereira, da Escola Municipal José Carlos de Oliveira Neto. O colégio criou o projeto de lei Sistema de Telemedicina, que dispõe sobre a implementação da ferramenta nos postos de saúde de Fortaleza. Meses após a apresentação do projeto de lei, o educador descreve os impactos positivos, que ficaram explícitos durante o período eleitoral de 2024.
“Os alunos que participaram do projeto se mostraram muito mais envolvidos no processo eleitoral, dando as suas opiniões, fazendo as suas ponderações. Quando a gente via as manifestações dos alunos, a percepção que a gente teve é que aqueles que participaram do ‘Político, Eu?!’ tinham uma participação muito mais efetiva nesses debates em relação à eleição e uma visão muito mais crítica, muito mais elaborada, dentro daquilo que eles estavam percebendo”, comparou.
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Alguns projetos desenvolvidos foram efetivados, como foi o caso da Escola Municipal de Tempo Integral Leonel de Moura Brizola. O colégio elaborou o projeto de lei Horta nas escolas, um programa de cultivo de hortaliças e plantas medicinais nas instituições de ensino de Fortaleza.
A efetivação das ações da horta estão sendo realizadas pela gestão escolar e professores em parceria com os estudantes e famílias. “Foram feitas atividades de compostagem e produção de um canteiro com quatro tipos de hortaliças”, detalha a professora Tânia Maria Ferreira Farias. A educadora salienta ainda que após o “Político, Eu?!” os alunos compreendem um pouco mais o papel político, imprescindível em todas as ações da sociedade, bem como a importância de cada indivíduo no processo de exercício da cidadania.
Outros projetos, entretanto, não puderam ser realizados em decorrência da complexidade de suas ações. A Escola Municipal de Tempo Integral Nossa Senhora de Fátima, por exemplo, propôs o projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade de palestras antirracistas em cursos de formação de empresas de segurança privada em Fortaleza.
O professor Adriano Ferreira conta que os estudantes planejam enviar o projeto de lei para a CMFor. Ele destacou ainda os efeitos do projeto para a formação cidadã dos jovens. “Para o projeto atingir a comunidade em uma escala bem maior, ele teria de virar realmente um projeto de fato. Os alunos depois da visita à Câmara pensaram em escrever uma carta e mandar para algum vereador para que de alguma forma a gente tentasse colocar esse projeto em prática. Isso ainda não chegou a ser feito. Mas o projeto “A escola vai à Câmara” ficou muito na memória dos alunos, as atividades que fizemos na Câmara foram muito proveitosas”, ressalta.