Bicicleta: meio de transporte e meio de saúde
Malha cicloviária da Capital é destaque nacional e internacional. Programa Pedala Mais pretende dobrar o número de ciclistas na cidadeAndar de bicicleta por Fortaleza é atividade obrigatória na rotina de Azzy Melo, 22. Mesmo morando no Eusébio, a Capital guarda muitos dos destinos de lazer e estudo da estudante de design, que sempre escolhe o modal como meio de transporte.
Usuária frequente da bicicleta há um ano, Azzy comenta sobre o impacto das ciclofaixas e ciclovias da cidade. “Eu me desloco muitas vezes na semana. Saio do Eusébio e vou para faculdade no Pici. Ando pelo Itaperi, pelo Benfica, pelo Castelão, pela Messejana… quando não tem a ciclofaixa eu me sinto mais vulnerável”, reflete.
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Para o arte-educador Sam moura, 23, a bicicleta não é só um meio de transporte, mas também um meio de saúde. O jovem aderiu à prática em 2021, como uma forma de exercício físico, e agora utiliza o modal também para se locomover pela cidade.
“Eu tenho visto uma melhora na forma de pensar sobre esse meio de transporte. Até o fato do metrô permitir o embarque com a bicicleta em alguns horários diz muito sobre essa cultura”, aponta.
Com 428,8 quilômetros de ciclofaixas, ciclovias, ciclorrotas ou passeios compartilhados distribuídos pela cidade, a malha cicloviária de Fortaleza é destaque nacional e internacionalmente.
Este ano, o programa internacional com foco em mobilidade sustentável Bloomberg Initiative for Cycling Infrastructure (Bici) concedeu o primeiro lugar mundial à Capital entre as 10 cidades selecionadas.
A partir dessa vitória, Fortaleza deve receber um financiamento de um milhão de dólares para investir na infraestrutura cicloviária existente e na ampliação dos trajetos pelos próximos três anos.
O recurso já começou a ser aplicado na nova política cicloviária da Capital: o programa Pedala Mais. Para a viabilidade do projeto, também foram necessários 20 milhões de reais de investimento por parte da Prefeitura de Fortaleza.
Programa Pedala Mais
Lançada no dia 9 de outubro deste ano, a medida tem como meta tornar Fortaleza a Capital Latino-americana das Bicicletas. A expectativa é que, nos próximos 10 anos, o número de ciclistas dobre, indo de 5% para 10%. A porcentagem representa um acréscimo de 235 mil pessoas que utilizam a bicicleta como principal meio de transporte.
Para cumprir o objetivo, o programa estabelece uma série de iniciativas, como:
- Até 2024, a malha cicloviária deve chegar até os 500 quilômetros;
- Serão acrescentadas 100 estações do Bicicletar. A ideia é chegar a 300 estações até o final de 2024;
- Está sendo implementado um programa de manutenção contínua desses trajetos. A primeira ciclovia a receber o serviço foi a da Avenida Bezerra de Menezes;
- Em três anos, 100% das ciclofaixas e ciclovias devem ser conectadas, assim como ocorre nas avenidas Paulino Rocha e Pompílio Gomes;
- Até 2024, 115 quilômetros de malha cicloviária irão receber o reforço de bastões de proteção. Uma das avenidas é a Av. Rogaciano Leite;
- 50 interseções em cruzamentos da cidade estão sendo redesenhados para aumentar a segurança dos ciclistas. Um dos cruzamentos beneficiados é o da avenida Godofredo Maciel e da rua Nereu Ramos.
- Estão sendo instalados xiringadores ao longo da malha cicloviária para reduzir a sensação de calor percebida pelos ciclistas. Os locais beneficiados até o momento foram as avenidas Beira-Mar, Bezerra de Menezes, José Bastos, Rogaciano Leite e Godofredo Maciel;
- Cerca de 300 árvores adultas serão plantadas na malha cicloviária até 2024, também para diminuir a sensação de calor dos ciclistas;
- Serão instalados painéis de dados em pontos estratégicos para registrar o número de ciclistas pela cidade e contar, em tempo real, os usuários das vias;
- Outras ações estão sendo idealizadas, como um projeto de cicloturismo, um Centro de Recondicionamento de Bicicleta para recuperação de bikes e capacitação de pessoas e novos estacionamentos para bicicletas.
Próximas ciclofaixas:
Rua da Saudade (Montese)
Av. I (José Walter)
Av. H (José Walter)
Av. Carneiro de Mendonça (Parangaba)
Av. Filomeno Gomes (Jacarecanga)
Av. Antônio Justa (Meireles)
Rua Curitiba (Henrique Jorge)
Av. Emília Gonçalves (Quintino Cunha)
Rua Rio Juruá (Vila Velha)
Av. Independência (Jardim Guanabara)