Regional 11: história, personagens ilustres e foco na educação
Décima primeira regional possui bairros que homenageiam moradores ilustres da Capital e maior campus da UFC; saiba mais
06:00 | Dez. 14, 2022
Em seus 13 bairros, a Regional 11 conta boa parte da história da Capital. É lá que está a casa onde Rachel de Queiroz escreveu "O Quinze" e também onde histórias e homenagens dos tempos de guerras ainda se fazem presentes. Também é onde o comércio pulsa, a educação se desenvolve e muitas comunidades se unem em torno dos mesmos propósitos.
Como parte do projeto multimídia "Nossos Bairros, Nossa Fortaleza", confira a seguir alguns dos principais destaques de cada uma das localidades da SR11.
Autran Nunes
O Autran Nunes é um pequeno bairro que está mais próximo de Caucaia do que da parte central de Fortaleza. Já foi chamado de Alto do Bode e Caocá, mas teve seu nome alterado para homenagear um juiz que promoveu diversas ações sociais em benefício dos moradores. O bairro é rodeado pelo Rio Maranguapinho e tem baixo fluxo de veículos, variedade de comércios e um calçadão à beira do rio.
Bela Vista
O bairro da Bela Vista surgiu em 1937, com a construção da Capela de Nossa Senhora de Salete, quando a população começou a povoar os arredores da entidade. A região começou a se desenvolver depois dos anos 1950, com os primeiros comércios, mas foi na década de 1960, com a criação do Mercado Público, que começou a ter um crescimento habitacional relevante. O bairro tem fácil e rápido acesso ao Centro da Cidade pelas avenidas José Bastos e João Pessoa. Lá também está localizada a Cozinha Popular MTD Bela Vista, iniciativa de assistência social para o combate à fome.
Conjunto Ceará I
O Conjunto Ceará I é a comunidade mais relevante na parte Oeste de Fortaleza em termos populacionais. É um dos mais densos bairros da Capital, com mais de 40 mil moradores e mais de 10 mil residências. O bairro é considerado uma âncora regional e possui diversos serviços que atraem moradores de bairros vizinhos para a localidade. A história do bairro remete ao período da Ditadura Militar, período em que o Estado passava por uma crise habitacional. Então, foi criada a Companhia de Habitação do Ceará (Cohab-CE), que utilizou recursos do Banco Nacional de Habitação para desenvolver o projeto do Espaço Habitacional do Conjunto Ceará. A obra foi entregue em 1977, com 996 casas padronizadas. Hoje, um dos destaques da região é o Polo de Lazer do Conjunto Ceará, local de maior concentração de eventos do bairro.
Conjunto Ceará II
É neste bairro que fica localizado o Terminal do Conjunto Ceará, que liga a comunidade via ônibus a diversos bairros de Fortaleza. O Conjunto Ceará II possui boa infraestrutura em relação aos serviços públicos, especialmente de educação. Um exemplo é a Biblioteca Infantil Herbênia Gurgel. Outro caso é o do Centro Cearense de Idiomas (CCI), além dos Ecopontos e de uma Areninha.
Couto Fernandes
O Couto Fernandes é um pequeno bairro que nasceu ao redor da estação ferroviária do Km 8, onde hoje está localizada a estação de VLT do Couto Fernandes. O nome do bairro é em homenagem ao engenheiro que foi inspetor de estradas de ferro e administrador da Rede Viação Cearense de 1915 a 1922. Tem acesso facilitado à região central da Cidade e também sedia a Casa da Mulher Brasileira do Ceará, equipamento que atua com rede de proteção e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência.
Demócrito Rocha
Antes conhecido por Marupiara, o Demócrito Rocha é um bairro da parte Leste de Fortaleza. Foi distrito de Parangaba e teve seu nome alterado em 1967 em homenagem ao empresário, poeta e jornalista-fundador do O POVO, falecido em 1943. Hoje, o Demócrito Rocha é um bairro autossuficiente, com fácil acesso aos principais bairros, seja por via terrestre ou ferroviária, pela estação Juscelino Kubitschek. No bairro há também o Projeto Social Amigos Da Comunidade Demócrito Rocha, coletivo formado por moradores com o objetivo de movimentar a comunidade para arrecadação de cestas básicas destinadas às famílias carentes.
Dom Lustosa
O Dom Lustosa foi parte do município de Parangaba e era um importante ponto de tráfego entre Parangaba e Barro Vermelho (hoje Antônio Bezerra). O nome do bairro é uma homenagem ao bispo que fez muito pelas causas sociais, contribuindo, inclusive, com a criação de vários hospitais da região. Hoje, o bairro possui uma grande fábrica de tecidos e se destaca pelo comércio e a feira livre que acontece às segundas-feiras.
Genibaú
Em combate ao cenário adverso, como o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nos últimos anos essa comunidade tem recebido projetos de urbanização de favelas, especialmente das localizadas nas margens do Rio Maranguapinho. Atualmente, mais de 40 mil pessoas são moradoras do Genibaú, tornando-o um dos maiores adensamentos populares dentre todos os bairros da Capital. Uma das organizações que se destacam na região é o Instituto Nabor Genibaú, entidade de assistência social criadar a partir da iniciativa da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (Cibuc).
Henrique Jorge
Anteriormente, o Henrique Jorge era conhecido como "Casas Populares". A mudança de nome ocorreu para homenagear um conceituado maestro que, posteriormente, fundou a Escola de Música Alberto Nepomuceno. A região tinha poucas casas na década de 1950, mas, mesmo assim, contava com uma moradora ilustre: Rachel de Queiroz cresceu na região e foi lá que escreveu “O Quinze”. Sua antiga casa, inclusive, é tombada como patrimônio histórico.
João XXIII
O bairro João XXIII está localizado na parte Oeste de Fortaleza e tem uma população que ultrapassa 18 mil moradores. Nos últimos anos, evoluções urbanísticas foram inauguradas na região, a exemplo do processo de revitalização das proximidades do Rio Maranguapinho, além da inauguração da Areninha e Ecoponto na Praça da Juventude. Na educação, um dos destaques da localidade é a sede do Centro Universitário da Grande Fortaleza (Unigrande).
Jóquei Clube
O bairro Jóquei Clube tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos bairros da Regional 11 (0,406). É lá que estão localizados o North Shopping Jóquei e o Centro Universitário Estácio, dois pontos de grande fluxo da localidade. Outro destaque é o Centro Cearense de Idiomas (CCI), organização social focada em expandir o universo curricular para além das unidades escolares e proporcionar aprimoramento de novas formas de expressão linguística aos estudantes.
Panamericano
O Panamericano é um pequeno bairro que surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando os estadunidenses sediados em Fortaleza se estabeleceram no local e construíram um campo de pouso e demais estruturas. Ao final dos anos 1950, após o fim da guerra, famílias começaram a ocupar o local. O nome Panamericano foi inspirado na base americana instalada nas imediações. Uma curiosidade é que várias ruas da localidade possuem nomes de estados brasileiros.
Pici
O Pici sedia o maior campus da Universidade Federal do Ceará (UFC), que ocupa cerca de 50% da área do local. O nome vem de Sítio do Pici, que foi propriedade do pai de Rachel de Queiroz e estava localizado às margens do Rio Cachoeirinha. Apesar de a Universidade ser o grande ponto de referência do Pici, o bairro também tem grande atividade comercial e cultural, tendo inclusive um Cuca.
Para conhecer mais histórias sobre a Regional 11, leia o caderno especial do projeto “Nossos Bairros, Nossa Fortaleza” neste link.
SERVIÇO
Projeto Nossos Bairros, Nossa Fortaleza
O projeto multimídia “Nossos Bairros, Nossa Fortaleza - Mapeamento Econômico, Humano e Afetivo da cidade de Fortaleza” apresenta, numa abordagem jornalística-etnográfica não convencional, as principais características e potencialidades de cada um dos 121 bairros da Capital.
A primeira etapa do projeto resultou em 12 cadernos com reportagens especiais sobre as 12 Regionais. A segunda etapa, que lança um olhar mais amplo sobre Fortaleza, sua cartografia e patrimônio, será publicada em formato de livro pela Fundação Demócrito Rocha (FDR). O material será lançado em dezembro deste ano, nas versões impressa e digital. Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.