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É a vez delas: o empreendedorismo feminino em Fortaleza

Empreendedorismo feminino alcança níveis recordes no Brasil. Em Fortaleza, iniciativas provam que o mercado aceita diferentes perfis de empreendedora. Perspectivas para 2024 são de oportunidades e otimismo

Nunca na história do Brasil houve tantos empreendimentos comandados por mulheres. Elas já representam 34% dos chefes de negócios, de acordo com pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2024, as perspectivas são de otimismo em Fortaleza, na opinião de gestores dos setores públicos e privados e, principalmente, de quem vive no dia a dia os desafios de gerir um negócio – as empreendedoras.

Camila Flor de Liz é uma delas. Para a sócia do Vem Cá Mulher (VCM), empreender é, sim, atividade feminina. “Basta aliar sua paixão com oportunidades de mercado”, estimula a cearense. Ela também é o nome à frente do Crieatividade Gestão Esportiva, negócio de impacto que atua com elaboração e gestão de projetos e captação de recursos no ramo esportivo para condomínios e empresas. As práticas esportivas desenvolvidas nesses espaços são replicadas gratuitamente em comunidades periféricas da Capital.

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Foi desse negócio que o VCM surgiu, ainda na pandemia, a partir da identificação de uma oportunidade no mercado local: fornecer educação empreendedora para mulheres, inicialmente as que conduziam crianças e adolescentes para as atividades esportivas. “O Vem Cá Mulher surge dentro do eixo de empreendedorismo e busca resolver o problema da desigualdade de gênero, por meio do fortalecimento de negócios femininos e da inserção de mulheres no mercado de trabalho”, conta Camila.

O VCM desenvolve feiras para a exposição de produtos das mulheres atendidas, criando uma rede que proporciona, mais que uma oportunidade de venda, o estabelecimento de vínculos. “Nós trabalhamos em rede porque compreendemos que ninguém faz nada sozinha e na comunidade do Vem Cá Mulher esse sentimento de pertencimento e colaboração é aplicado no dia a dia”, orgulha-se a idealizadora do negócio. Isso tudo é só o início. Em 2024, os sócios pretendem ampliar o time, as parcerias e a atuação para alcançar mais mulheres em mais espaços.

Apoio que nasce em rede
Em Fortaleza, a organização de mulheres empreendedoras nos últimos anos tem despontado diversas lideranças femininas. Clubes, confrarias e outros grupos informais ou formais levam mulheres a participar cada vez mais da liderança de entidades tradicionais, como as associações comerciais e as câmaras de dirigentes e lojistas.

O exemplo da rede formada por Camila é uma das muitas iniciativas que existem no apoio ao empreendedorismo feminino no Brasil. A nível nacional, podemos citar a Rede Mulher Empreendedora, uma das maiores no setor, e o Sebrae Delas, projeto presente em todas as unidades da instituição no País. Em Fortaleza, grupos como a Rede de Mulheres Empreendedoras Sustentável (Remes), os Anjos Empreendedores e o Por minha conta são exemplos de espaços que oportunizam trocas, seja por meio do fomento à educação empreendedora ou de feiras de empreendedorismo.

“Isso fortalece, elas começam a atuar de uma forma compartilhada, seja em grupos informais pelo WhatsApp, mas também com encontros, e isso favorece o network, a troca de experiências, o apoio mútuo, a busca conjunta de soluções para os negócios”, diz Mônica Arruda, gestora estadual do Sebrae Delas e gerente da Escola de Negócios do Sebrae/CE.

Para ela, Fortaleza está munida com muitos projetos de estímulo ao empreendedorismo feminino, formando um ambiente propício para que qualquer mulher possa florescer nos negócios. “As oportunidades são muitas. Existem inúmeras instituições que oferecem capacitações, seja presencial, seja à distância, com conteúdos diversos e formas de adquirir conhecimento”, diz, mantendo altas as expectativas para este ano.

“Acredito que 2024 é um ano em que vai haver a consolidação desses projetos, dos programas de apoio, das políticas públicas de apoio ao desenvolvimento da mulher empreendedora. Isso vai fortalecer essa expansão que tem acontecido ano a ano, do número de mulheres que lideram um negócio”, diz Mônica.

De acordo com a pesquisa Empreendedorismo Feminino no Brasil, realizada pelo Sebrae e divulgada em 2022, as articulações em rede são comuns a grupos masculinos e femininos, mas a diferença das lideradas por mulheres é que elas “se movem na linguagem do empoderamento feminino”, diz o levantamento, afirmando que o êxito “não é só do negócio em si, mas também do gênero feminino como um todo”.

Espaços propícios

Para estimular a visibilidade desses negócios, Fortaleza investe em programas e projetos que beneficiam a população empreendedora, alguns com foco em empreendedorismo feminino. Desde dezembro de 2021, o Programa Nossas Guerreiras já alcançou mais de 9 mil mulheres que receberam o crédito orientado de R$ 3 mil, com investimento de R$ 27 milhões na economia. A meta é ofertar crédito para até 17 mil empreendedoras locais. Além disso, 35 mil mulheres foram capacitadas com o curso de Elaboração de Proposta de Negócios, que é pré-requisito para se inscrever no Programa. Os dados são da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza (SDE).

Outra iniciativa é a Feira de Pequenos Negócios, que tem o objetivo de estimular a geração de emprego e renda para os pequenos empreendedores da cidade, independentemente do gênero. Em funcionamento desde 2014, já foram realizadas 3.361 feiras e cadastrados 2.576 pequenos empreendedores, movimentando mais de R$ 8,9 milhões na economia de Fortaleza, de acordo com estimativa da SDE.

“Mais de 70% dos integrantes das feiras são mulheres. São mais de 2 mil pessoas cadastradas que participam dessas feiras, que acontecem todo dia nos terminais de ônibus. Em 2023, fizemos mais de dez feiras com mais de dois mil expositores durante o final de semana. E essas feiras dos bairros terminam com uma jornada de capacitação para os vendedores de cada um desses bairros”, diz Rodrigo Nogueira, titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.

 

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