Juventude é travessia

A cultura que pulsa nas periferias de Fortaleza através dos jovens 

A periferia da Capital é berço de uma pulsante produção cultural. Impulsionados pelas redes sociais, artistas despontam dos quatro cantos de Fortaleza com estéticas próprias, cheias de identidade e beleza

Transformação, identidade, internet, territorialidade. Ser Cultura em Fortaleza, seja consumindo ou produzindo arte, tem sido cada dia mais diferente, com novos públicos, outras perspectivas, olhares focados em dar voz à original e real. Pulsa em diferentes bairros e equipamentos, faz crítica, faz política, mostra diversidade. E o melhor de tudo: tem à frente jovens comprometidos com mais sustentabilidade, igualdade e equidade. Música, teatro, artes visuais, humor, moda, dança, beleza… Escolha e valorize!

A nova forma de difundir Cultura, não mais repassada por uma estrutura social de uma capital como Fortaleza, busca sobrevivência, trabalho, formas de se expressar e ser protagonista de suas próprias histórias. Sem seguir fluxos pré-determinados ou narrativas diferentes das conhecidas. Do mar da Leste, das batalhas de rap na pista de skate na Parangaba, da moda das ruas que vai pro mundo, do movimento musical que nasceu na Sapiranga e é referência, dos relatos que viram arte visual no Curió…

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“Fortaleza é sem dúvida uma potência artística. É possível observar como as pessoas tendem a um senso comunitário, para fazer todos os ‘corres’ acontecerem. Sinto que estamos nessa vontade de produzir trabalhos que de fato nos representem, que honre os nossos mais velhos, que construa um outro repertório de identidade pros de agora e pros que virão”, resume Vitória Helen (arth3mis), artista visual.

Para ela, fazer arte retratando pessoas, questões, vivências e elementos típicos de uma comunidade ou bairro é quebrar barreiras imaginárias impostas pelo senso comum de que arte só está em museus, galeras, televisão. A transformação que a arte fortalezense vive está exatamente na representação do que está ao redor e nos acessos que ela proporciona.

O que pulsa hoje em Fortaleza

  • Coletivos de Reggae
  • Grupos de danças urbanas, passinho
  • Saraus
  • Companhias de teatro
  • Festivais independentes
  • Coletivos que agregam comunicação e cultura
  • Trap
  • Rap
  • Batalhas de rima
  • Rodas de samba
  • Grupos de cultura Geek e K-pop
  • Grafite
  • Pintura
  • Colagem
  • Performance
  • Literatura
  • Cinema
  • Humor

Secretaria da Juventude conectada às expressões e demandas

A dança, o hip hop, as batalhas de rima, o trap, o reggae, o forró. Para o secretário de Juventude de Fortaleza, Davi Gomes, essas são algumas das expressões culturais que estão transformando Fortaleza. “E a juventude tem feito de forma cada vez mais independente, conectada com as novas gerações e com a internet. Uma disseminação da própria gravação de músicas nas plataformas de streaming tem feito com que haja divulgação e mais organização”, avalia.

Sobre os editais, Davi reconhece que é preciso tornar a leitura ainda mais acessível dos editais executados pelo poder público. E destaca como um dos principais desafios da execução de políticas em cultura é de que forma é possível profissionalizar o mercado da Cultura em Fortaleza. “De que a juventude viva das suas expressões culturais. Ensinar como se abre um MEI, como se inscrever nos editais, como se organizar em coletivos”, destaca o gestor.

Além dos espaços estruturais, o secretário destaca que os eventos realizados nestes locais - 15 equipamentos para juventude nas 12 regionais de Fortaleza - são pautados pela juventude. Seja nos estúdios de gravação ou nos espaços para apresentações. O incentivo chega também através das bolsas e programas executados. “Temos projetos de teatro, dança, música… da rede Cuca. Os participantes recebem um incentivo de R$ 400”.

 

Jovens e o berço da cultura comunitária

“Os sujeitos, muito mais do que a linguagem e/ou obras de cada um, somos nós que de fato nascemos nos berços de cultura comunitária”. A frase é da multiartista Sy Gomes Barbosa. Travesti e negra, ela escolheu Fortaleza para produzir e desbravar a arte. Acima, Sy respondia a uma pergunta sobre o que nasce nos bairros da Capital e ganha o mundo, culturalmente.

As formas desse caminho acontecer variam desde projetos do poder público, editais específicos e, principalmente e essencialmente, dos movimentos encabeçados pelos próprios moradores das comunidades. “Por isso é importante pensar em quem constrói essas possibilidades, sendo assim os sujeitos da arte mais importantes do que a própria”, complementa.

Esses sujeitos, muitas vezes lideranças comunitárias jovens, levam procedimento formativo e participativo para os seus bairros, descentralizando a realizações de ações culturais pela Cidade. “A juventude é protagonista simplesmente por sua vitalidade, qualidade e capacidade de inovação, e da capacidade de auto-organização, sempre criando formas de se relacionar e de protagonizar novas situações”, afirmou o produtor cultural Mapurunga Júnior.

E é com esse objetivo, de ter fôlego e motivação para continuar criando, se entendendo e se mostrando, que muitos grupos se formam e têm como primeiro público eles próprios. Jovens que iniciam uma ação e agregam mais e mais pessoas. “Mais pessoas se encantam pelo som que está sendo tocado, pra virar uma DJ, tocar um instrumento, pra aprender um passo novo, pra atuar como o amigo que você viu pela primeira vez representando, ou recitando uma poesia”, destaca.

 

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