Entrevista com ministro José Mucio encerra edição 2024 do projeto Grandes Nomes

A edição de 2024 do projeto Grandes Nomes, Grandes Entrevistas, realizado pelo Grupo de Comunicação O POVO, chegou ao fim com um encontro de peso. O jornalista Nazareno Albuquerque entrevistou o atual ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, em uma conversa transmitida diretamente de Brasília. O episódio, que foi ao ar ontem, dia 25, está disponível no canal do O POVO no YouTube.

Natural do Recife (PE), José Mucio é engenheiro civil formado pela Universidade de Pernambuco (UPE) e construiu uma carreira pública marcada por importantes contribuições no Executivo, Legislativo e no Tribunal de Contas da União (TCU).

A trajetória política de Mucio começou de maneira inesperada, sendo impulsionada pelas circunstâncias da vida, segundo relata. Ele foi prefeito de Rio Formoso (PE) e, posteriormente, deputado federal por cinco mandatos. Atuou como líder de partidos e do Governo Lula na Câmara, além de ocupar posições estratégicas como ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais. “Eu não escolhi ser político, eu fui sendo, as coisas da minha vida foram empurrando para política”, refletiu.

Após decidir deixar a política eleitoral, José Mucio foi indicado por Lula para o Tribunal de Contas da União, onde serviu por mais de uma década, chegando à presidência. Em uma posição como essa, há de se equilibrar firmeza e diálogo. "Muitas vezes, diante da dificuldade, é melhor você ter paz do que razão, porque com paz você adquire a razão depois", comenta.

Ao ser novamente chamado por Lula para compor o governo corrente, desta vez para assumir o Ministério da Defesa, Mucio enfrentou o desafio de dialogar com diferentes setores, especialmente em um momento de grande polarização política no Brasil. Mal havia sido empossado como ministro e precisou administrar um dos momentos mais sensíveis da democracia brasileira: a tentativa golpista de 8 de janeiro de 2023.

“Houve uma mudança. Se nós debitamos às Forças Armadas o golpe de 1964, nós precisamos creditar às Forças Armadas não ter havido um golpe em 2023”, afirma Mucio, afirmando que, em sua visão, o episódio serviu para aproximar o Governo Lula e as Forças Armadas.

“Se as Forças Armadas quisessem dar um golpe, a situação era tranquila, porque todo golpe vai a força na frente e o povo vem apoiando atrás. Naquele dia, o povo foi na frente”, diz, chamando os apoiadores de “um bando de irresponsáveis”. Em sua opinião, os verdadeiros culpados foram os que idealizaram e patrocinaram a invasão ao Congresso.

“Os outros não foram liderados, foram tangidos, porque não havia um líder na frente. De maneira que aquele 8 (de janeiro) serviu para que as forças se posicionassem solidárias ao governo”, afirma.

Em outro ponto da conversa, o ministro comenta a criação de uma sede do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza, considerada uma das iniciativas mais importantes para o desenvolvimento do Nordeste.

“Quando eu estiver bem velhinho, a última coisa que eu quero esquecer da minha passagem por aqui é o ITA em Fortaleza”, afirma Mucio, frisando a “grandiosidade” do projeto.

“Nós não temos uma filial do ITA. Parte dele foi deslocado para Fortaleza. Cursos do ITA estão sendo deslocados para Fortaleza. É uma questão ligada à Ciência e Tecnologia. Vai levar para lá laboratórios, indústrias, novas escolas. Aquilo é um marco. Acho profundamente justo dizer que uma das coisas mais importantes para o Nordeste”, celebra.

Entre muitos outros assuntos, o ministro da Defesa encerrou sua participação no Grandes Nomes com reflexões sobre o Nordeste, liderança, superação e o serviço público. Para ele, a política é uma oportunidade de transformar realidades e promover justiça social, valores que continuam guiando sua atuação no Ministério da Defesa.

Acesse a íntegra da entrevista:

Projeto Grandes Nomes, Grandes Entrevistas - 21ª edição

Entrevistas: disponíveis no YouTube do O POVO
Site: especial.opovo.com.br/grandesnomes/